Falar das imagens captadas pela Catarina Inácio é falar de natureza, de uma imensa floresta de corações com várias vidas. É falar do ser e de um viver florido. Hoje, é ela quem conta um pouco da sua história e do que faz os seus olhos brilharem por detrás de uma objetiva.
Quando e
como é que a fotografia entrou na tua vida?
Cresci numa
família de artistas! Os Marques/Inácio sempre me rodearam com o seu bom gosto e
bom trabalho. A minha mãe é uma artesã (digamos, faz um monte de coisas
fofinhas, como bonecas feitas de trapos coloridos e até cestas de fruta bem
bonitas para decorar a casa, entre outras coisas). Tenho um primo arquiteto e
outro designer. Uma irmã que dedica-se à fotografia como hobbie. Entre outras
coisas, digamos que fui educada numa família diferente.
A fotografia
entrou na minha vida quando aos 12 anos, encontrei a Fujifilm da minha tia (ou
a minha querida segunda mãe), e comecei a disparar em coisas como flores e
gatos (Muito interessante), para não só ocupar o meu tempo, como foi muitas
vezes um refugio enquanto uma miúda diferente para a idade que tinha.
Entretanto,
com a decisão de que curso escolher ao entrar no 10º ano (com 14 anos), não
hesitei, e escolhi fotografia. Na altura, todos ficaram com “medo” e até
estranharam a minha escolha.
E com a
minha dedicação, iniciei o curso, com a minha primeira máquina (uma Nikon
D5100), e fui aprendendo cada vez mais sobre a fotografia, e com isto até me
dediquei mais a pesquisas relacionadas com arte no geral, como por exemplo o
cinema. Foi sem dúvida, uma boa decisão!
Em
que/quem procuras inspiração para as tuas fotografias?
Digamos que
procuro muito partilhar os meus pensamentos e emoções pela imagem. Tal como
falar sobre assuntos presentes hoje em dia na nossa Humanidade pela imagem. No
fundo, utilizo a minha fotografia como maneira de expressar o que por vezes é
difícil dizer por palavras, mesmo que ainda escreva bastante e até ponha
legenda nas imagens e projectos que faço.
Como
fazes a seleção dos locais e objectos usados nos cenários onde fotografas?
Por norma,
procuro trabalhar dentro de meios naturais, como florestas, na praia ou dentro
de palácios, locais que apelam a um passado, etc.. Quem acompanha o meu trabalho,
sabe que utilizo sempre tons escuros e escolher os locais por vezes é um
desafio em certas ocasiões, especialmente no verão!
Objectos
utilizados são sempre um desafio! Mas as minhas duas “imagens de marca” são sem
duvida, os corações (Verdadeiros, sim! O senhor do talho já sabe sempre o que
lá vou pedir!) e as flores ou ramos. Tanto os corações como flores, simbolizam
muitas vezes a vida como a emoção ou parte da personagem retratada. Mas quando
não são esses dois elementos, faço sempre uma pesquisa e aponto nos meus
cadernos pormenores sobre os trabalhos que tenho para fazer!
Que
programas utilizas para edição/manipulação?
Como foi
a primeira sessão que fizeste?
Bem, vou
falar da minha primeira sessão a sério, ou seja, quando comecei o curso de
fotografia em 2012! Se bem me lembro, ou foi com o meu primo Daniel ou a minha
irmã Andreia! Falando das sessões dessa altura que me lembro, sei que foi fácil
convencer o Daniel, pois ele gosta também de fotografia e lembro-me de ser no
Jardim Botânico Tropical (excelente local e muito especial no meu percurso
fotográfico) e lembro-me de ser algo super descontraído e divertido! E com a
minha irmã Andreia, que ainda a continuo a fotografar hoje, é sempre um desafio
pois, para ter a fotografia final é preciso manda-la parar com a palhaçada
típica que qualquer um dos nossos irmãos tem! Isso dura até hoje! Mas ela é
excelente como cobaia.
Quais são
os fotógrafos que mais admiras?
Bem, digamos
que Laura Makabresku, Laura Zalenga, Kyle Thompson, Natalia Drepina, Elizabeth
Gadd, Ben Zank, Ed Peers, David Talley, André Varela, João Bacalhau, Rose
Richards, entre outros excelentes fotógrafos, mas por fim e totalmente à parte
destes fantásticos fotógrafos/as, devo dizer que quando estive no curso, duas
das melhores fotógrafas que me puderam mostrar, é sem dúvida a Annie Leibovitz
e a Vivian Maier! E estes fotógrafos e fotógrafas que menciono aqui, devo dizer
que os admiro imenso pelo que eles realmente são na sua arte, e com isso quero
dizer que admiro a maneira como eles conseguem ser únicos e especiais na sua
própria arte.
Com que
hobbies ocupas o teu tempo?
Ler, ver
filmes, desenhar, fazer pesquisas sobre coisas que me interessam e que sei que
me vão dar mais conhecimento, estar com os meus amigos e amigas, entre outras
coisas. Algo simples e prefiro assim.
Que livro
andaria sempre contigo?
A Mensagem
ou o Livro do Desassossego do Fernando Pessoa (aka Bernardo Soares no Livro do
Desassossego). Quando dei o Pessoa em Português no curso, digamos que não tirei
as melhores notas nem conseguia estar lá muito atenta, mas digamos que o
bichinho depois quando eu acabei o 12º surgiu e lá eu li ambos os livros, e de
certa forma, são uma inspiração para mim.
Que filme
verias vezes sem conta?
Esta é a
pergunta mais difícil, sem dúvida!! Digamos que qualquer filme do Stanley
Kubrick e o porquê é porque na minha opinião ele é um mestre do cinema! Nem dá
para explicar por palavras, os filmes dele dão logo a razão.
E
curiosamente eu dei o nome de Stanley ao meu coelho de estimação!
Numa
palavra como definirias o trabalho de um fotógrafo?
Uma enorme AVENTURA. Pois, na vida de cada fotógrafo
acredito que temos sempre estranhas e fantásticas aventuras todos os dias com a
nossa fotografia. E quando trabalhamos naquilo que gostamos ainda melhor. Como
se costuma dizer: “Quem corre por gosto, não cansa!”Todas as fotografias deste post são da autoria da Catarina e foram especialmente seleccionadas por ela. Podem ver estas e muitas mais espalhadas pelas suas contas nas redes sociais como instagram, facebook e flickr.
as fotos realmente são lindas, eu só apaixonada por fotografia, eu queria fazer um curso e tal, mas como são caros e para o ano vou para a universidade, então no momento não é possível :(
ResponderEliminarCom carinho, Hina | Aishiteru em Contos |
Uma boa forma de melhorar as nossas fotografias é praticar, praticar muito! Por isso, se não tens hipótese de fazer um investimento a nível monetário podes sempre dedicar algum tempo a fazê-lo sozinha. Vais ver que vais ter bons resultados :)
EliminarBeijinhos
Que fotos maravilhosas!!! Estão lindíssimas!!
ResponderEliminarÉ verdade, Joana :)
EliminarBem, nao é por me sentir obrigado visto ela ter referido o meu nome nas inspirações ehehe. Ao qual agradeço muito :) Mas a Catarina é de facto uma fotografa diferente ( no bom sentido da palavra, claro). E melhor ainda é já a ter conhecido e ter percebido um pouco como ela cria tudo. Desejo que chegue longe :)
ResponderEliminarVão chegar os DOIS longe no mundo da fotografia, tenho a certeza! :)
EliminarQue maravilha de partilha, Mariana! Não conhecia o trabalho da Catarina, mas adoro o estilo e a estética daquilo que já vi neste post. Vou explorar mais, de certeza absoluta!
ResponderEliminarJoan of July
Obrigada :) Tenho a certeza que vais gostar de ver mais do trabalho da Catarina!
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