Se tivesse de descrever este filme numa frase seria "a ode ao sentido da vida". Clichê, eu sei, mas é provável que esteja aí toda a essência do filme.
O género que, até este filme, não me tinha movido a uma sala de cinema era o musical. A ideia de ouvir uma história "cantada" é, para mim, um risco, porque ou se adora ou se odeia. E, talvez por isso, ainda não tenha visto muitos mais para além deste e não consiga avaliar de uma forma precisa filmes do género.
O que me despertou mais curiosidade para o La La Land, por mais óbvio que pareça, foi o facto de estar nomeado para tantas categorias dos óscares e, por mais estranho que pareça, a soundtrack. Antes de ver o filme dei uma espreitadela no Spotify, naquela de como quem vê o trailer, e encontrei uma playlist de bater o pé do início ao fim, com muito ritmo (nada de melodrama), óptimas composições (com aquele toquezinho de jazz incrível) e uma harmonia perfeita com a narrativa (facto que descobri durante o filme). É óbvio que, para mim, a categoria Best Original Song está ganha, certo? 😜
Em duas horas e oito minutos, Emma Stone (Mia) e Ryan Gosling (Sebastian) dão corpo e voz a uma das histórias mais bonitas e banais em simultâneo. Encaram a procura da concretização pessoal e profissional, a vontade de perseguir sonhos e a procura de um caminho a seguir. Sebastian leva-nos ainda a reflectir sobre a cultura e a necessidade da sua permanência de forma praticamente intocável na actualidade, sem que se perca a sua essência. Os dois mostram-nos aquilo que é praticamente sabido por toda a gente - a vida evolui de acordo com as nossas escolhas -, mas de uma forma muito inteligente, a cantar.
Apesar de ter gostado muito mais do Whiplash, este não deixou de ser um óptimo trabalho de Damien Chazelle.
Há quem aponte La La Land como muito fraco a nível de narrativa, com pouca matéria, mas já dizia a sabedoria popular que "para bom entendedor meia palavra basta," que neste caso se enquadra na perfeição. Não precisamos de grandes falas, grandes conversas, grandes pontos de tensão. Temos tudo. Simplesmente assim como ele é, sem precisar de mais.
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