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Os tons do universo da Amalteia


Desde criança que ia rabiscando e ocupando algum do seu tempo com o desenho. Hoje, é a ilustração que a apaixona e é também um pouco sobre ela que nos fala a Amalteia nesta entrevista. 

Como surgiu o nome Amalteia?
Em pequena, fui raptada por aliens que me levaram para uma das luas de Júpiter, de nome Amalteia.

Aos três rabiscavas nas paredes lá de casa e aos oito numeraste as escadas com tinta permanente. Recordas-te das tuas perspectivas ou sonhos estarem sempre ligados às artes visuais ou foi algo que surgiu depois da tua infância? Quais foram, ou ainda são, as tuas maiores influências e inspirações?
Apesar dos rabiscos, pinturas e desenhos terem sempre feito parte da minha vida e do meu crescimento, nunca achei que fosse algo que quisesse fazer profissionalmente, aliás, sempre fui muito boa com números e foi com alguma naturalidade que escolhi a área das ciências no secundário, pensei que ía ser engenheira-qualquer-coisa, só na candidatura para a faculdade decidi ir para design. Apesar disso, em retrospetiva, parece-me que o apelo das artes sempre me acompanhou, quase como refúgio ou alternativa. Hoje em dia inspiro-me em situações reais e em personagens vulgares, nas quais procuro o que tiverem de bizarro e humorístico.
Papel ou Computador. Qual a ferramenta que mais utilizas para desenhar?
Neste momento utilizo mais o computador, é uma ferramenta com a qual tenho vindo a desenvolver uma série de trabalhos, no entanto o papel e o lápis têm sempre um papel primordial, é onde todos os desenhos começam sempre. As tintas têm também um gosto especial, são sempre o lugar onde regresso depois de uma série de trabalhos digitais.

Na tua página de Facebook podemos encontrar algumas letras ilustradas. 
Quais os maiores desafios num projecto como este?
As letras fazem parte de um projecto que se chama “36 days of type”, que acontece todos os anos no instagram. Nas duas vezes que participei defini um tema para não me dispersar. Manter-me fiel ao tema implicou bastante trabalho de pesquisa, principalmente o tema das cidades. Na maior parte das letras acabei por escolher o ex-líbris da cidade como ponto de partida, e depois moldar o monumento à forma da letra. Em alguns casos o desafio foi gigante, mas posso dizer que já fiz uma viagem pelo mundo.
Durante o teu percurso académico ilustraste um livro sobre o Lobo Mau com uma narrativa um pouco diferente da tradicional. Como foi essa experiência? Que mais histórias gostavas de ilustrar?
A experiência foi muito engraçada, lembro-me que quando nos foi lançado esse desafio eu sabia que tinha que arranjar uma forma de todas as personagens terem um final feliz. Penso que todos nós temos um gostinho especial em mostrar que os maus da fita não são assim tão maus e que os heróis nem sempre são tão bons como parecem. Muitas vezes apenas as circunstâncias definem as diferentes opções e caminhos seguidos por mauzões e bonzinhos. Gostava muito de escrever e ilustrar um livro, é algo que já está nos meus planos há algum tempo, quem sabe, esteja para breve.

Onde podemos encontrar o teu trabalho?
Podem encontrar os meus trabalhos na Ó! Galeria, um sítio maravilhoso com ilustrações fantásticas e ilustradores de topo, onde já participei em algumas exposições colectivas e uma a solo. A propósito da história do Lobo Mau, as ilustrações da história estão a decorar o Serviço de Pediatria do Hospital Pedro Hispano, no âmbito de uma colaboração com a ESAD de Matosinhos. Também tenho feito alguns trabalhos na área da ilustração editorial para revistas portuguesas e alemãs.



Com que hobbies ocupas o teu tempo?
A música envolve os meus dias e o meu trabalho e ocupa um lugar de destaque no que me faz feliz. Sou também fã de cinema e gosto de uma boa história, cusquices vá. Gosto de ir passear de carro, pôr uma música melosa e fingir que estou numa comédia americana, naquele momento mesmo antes de acabar o filme, em que parece que vai tudo correr mal, mas toda a gente sabe que vão ser felizes para sempre. 

Que livro andaria sempre contigo?
To Kill a Mockingbird. Às vezes há livros que queremos ler devagarinho para durarem mais tempo e não chegarmos ao fim muito depressa. Assim foi com este livro. Porquê? Talvez porque me comoveu, talvez porque a forma como estava escrito me fascinou, talvez fosse apenas o Verão em que o li que me pareceu perfeito. 

9. Que filme verias vezes sem conta?
Feios, Porcos e Maus do Ettore Scola, é o meu filme preferido. Era um filme que costumava ver muitas vezes com a minha família, é um filme com sabor a saudade.


10. Numa palavra como definirias o trabalho de uma ilustradora?
Vou citar o célebre Monstro das Bolachas:
Bolacha de água e sal - Boa
Bolacha de mel - Muito Boa
Bolacha de chocolate -  Óptima

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