Com tecnologia do Blogger.

Broken Mirrors pela Catarina Inácio


A Catarina tem apenas 18 anos e um fantástico talento em progressão e é com muito orgulho que já pode ser considerada uma artista e fotógrafa. No mês de março deixou um pouco do seu testemunho deste mundo por detrás de uma câmara fotográfica aqui no blog, numa entrevista do talks que podem ver aqui.

Arquétipo, da Invicta para o mundo


Pela altura do dia da mãe, a Arquétipo já foi mencionada aqui pelo blog. Hoje o destaque vai novamente para este projecto de quatro designers que tem vindo a progredir e a fazer-se notar neste mundo de produtos com padrões que nos rodeiam todos os dias, inspirados na cultura visual portuguesa.

“O padrão conserva uma presença permanente no Porto.”. Esta frase complementa o que define conceptualmente a Arquétipo?Sim, acreditamos que sim. O Porto é recheado de padrões, desde os (famosos) azulejos, aos ornamentos e pavimentos. E a nossa base de inspiração é mesma essa, daí o nosso projeto conter módulos e padrões criados por nós mas inspirados no espólio da Invicta.


Como se conheceram e como chegaram à decisão de criar este projeto? Quais são para vocês as vantagens de trabalhar em equipa?
Somos quatro designers que nos conhecemos na Faculdade de Belas Artes da Universidade Porto, no mestrado. Por estudarmos nesta cidade começamos a vivenciar a cultura da Invicta e isso despertou o interesse nos seus pequenos detalhes.
Em 2014, começou o projeto Arquétipo ao produzimos um artefacto editorial, que consistiu num intenso registo fotográfico dos pormenores da cidade. O projeto ao público foi apresentado em Novembro de 2015. A vantagem de trabalhar em equipa, para além de quatro mentes criativas em vez de uma é que temos todas o mesmo mestrado, mas formações de base diferentes: duas designers e duas artistas plásticas. Estas diferentes perspetivas de observar e absorver complementam-se e criam o Arquétipo.


Que tipo de padrões chegam às vossas peças e como são selecionados?
Através de uma exaustiva recolha de padrões, um registo fotográfico por toda a cidade do Porto. Tudo o que forma um padrão, desde azulejos, ornamentos, portas, janelas, pavimentos, qualquer coisa, torna-se a nossa inspiração. Com base nas fotografias, inspiramo-nos para criar novos módulos em desenho vectorial e posteriormente estes transformam-se em padrões. Temos o artefacto Arquétipo que é a compilação física de todos os padrões criados até ao momento.


Actualmente que produtos Arquétipo as pessoas podem encontrar?
Somos um projeto recente com 6 meses mas já lançamos alguns produtos. As agendas 2016 Arquétipo, com a opção diária e semanal e os blocos personalizados com miolo liso. Recentemente, os álbuns memórias em preto, azul ou rosa com padrões impressos e folhas de papel vegetal para proteger as fotografias, e ainda inclui autocolantes sugestivos. Também lançamos bases de madeira, gravadas com padrão que servem de porta-cartões, postais e até fotografias.
Gostamos de festejar a vida e por isso os nossos produtos são pensados e criados de forma a acompanharem e contribuírem diariamente na vida do nosso público, durante 366 dias com frases inspiradoras, padrões e dias especiais.
Em dias especiais lançamos edições limitadas de produtos. No dia de São Valentim lançámos o kit “O que é o Amor?”. Uma edição limitada de dois cadernos que pretendem celebrar a dois um passado cheio de histórias e um futuro cheio de planos, com frases para completarem e um questionário + duas canecas com um mimo para desfrutarem do chocolate quente enquanto se divertem a preencher e a trocar os cadernos para se conhecerem (ainda) melhor.
Festejámos a Páscoa com postais para os padrinhos e afilhados e uma edição limitada de bombons confeccionados por nós, desde o produto às embalagens, que continham uma frase de inspiração, como em todos os nossos produtos.
Aproveitámos o dia do Pai e o dia da Mãe para lançar os álbuns de memória de cor em simultâneo com os postais.
O nosso objetivo é transportar estes pedaços de história da Invicta para diversos produtos, através dos nossos padrões. E levamos este objetivo mais longe, ao valorizamos a história através da encadernação tradicional, cozidos manualmente e com cunho marcado numa prensa tipográfica.
Os nossos produtos são confecionados por nós e por parcerias com artesãos no Porto.
A linha Arquétipo mantém os padrões em tons monocromáticos, e somente em edições especiais introduzimos a cor.
Obcecadas com os pormenores, as embalagens dos nossos produtos também refletem isso.
É tudo pensado ao pormenor de maneira a que a experiência seja a melhor possível. De acordo com a capa escolhida para a agenda, o embrulho incluía uma etiqueta e um postal de natal, com o mesmo padrão, em tons vermelhos para festejar o Natal!


Alguns dos vossos produtos podem ser personalizados. Quais são as variantes ou elementos de escolha possíveis?
Desde a escolha da organização do produto (como nas agendas Arquétipo), aos padrões das capas, aos cunhos dourado ou prateado, aos nomes personalizados nos blocos, às opções de cor quando elas existem até aos campos introdutórios de dedicatórias em cada produto.


Para além dos padrões que marcam a Cidade Invicta têm outras inspirações ou artistas que admirem especialmente na área do design gráfico/editorial?
Alda Vasco - Geralmente inspiro-me em sentimentos e detalhes e em ilustrações e pinturas. Na área do design gráfico/editorial gosto de ver um pouco de tudo para me inspirar.
Ana Brandão - Inspiração é algo difícil de se explicar uma vez que, na maior parte das vezes, somos inspirados por coisas que nem nós mesmos sabemos. Sou inspirada por tudo o que me rodeia, desde os detalhes mais claros, até ao mais ínfimo pormenor. Mas, principalmente e acima de tudo, sou inspirada pelas pessoas e pelas coisas que ora consigo, ora não consigo entender delas. Sou inspirada pelas dezenas de imagens que consumo diariamente. Penso que a inspiração é constante. Não existe um botão para a parar. E ainda bem.
Joana Bernardo – Em tudo. Alimento a minha alma com os cinco sentidos. Um café quente, um livro, um filme, uma música, uma coreografia, um objeto artístico, uma viagem, uma conversa, o percorrer de ideias interrompidas no sketch, um lugar, tudo serve para despoletar a criatividade.
Rita Ramalho - R2, João da Câmara Leme e Victor Palla.


Com que hobbies ocupam o vosso tempo?
Alda Vasco - Para além do Arquétipo trabalho como ilustradora na área da moda, sou apaixonada por padrões, e fotografia também. Adoro passear, estar em redor da natureza e com os meus amigos. Séries são um vício para mim.
Ana Brandão - Normalmente aproveito o meu tempo livre para ir ao cinema, ver um filme/série, mas principalmente para estar com as pessoas que gosto. Tento perpetuamente fugir à rotina na procura de algo novo para fazer e descobrir.
Joana Bernardo – Para além dos projetos como designer e como artista plástica, adoro sketcks e ateliers! Adoro desenhar, transferir as minhas ideias para papéis, visitar ateliers daí o meu projeto Palimpsesto. Gosto de intervir em várias áreas artísticas e adoro registar o dia-a-dia no instagram!
E adorava viajar pelo mundo inteiro!
Rita Ramalho - Desenhar, fotografar, correr, ir ao cinema e ao teatro e explorar novos lugares.

Que livros andariam sempre convosco?
Alda Vasco - Nunca fui muito fã de livros, não sei bem porquê. Talvez por achar que as imagens transmitem muito mais do que as palavras.
Ana Brandão - Os livros não fazem parte da minha rotina diária, mas sem duvida que um dos livros que mais gostei foi “A Desumanização” de Valter Hugo Mãe. Apesar da profunda tristeza, algo verdadeiramente belo está presente neste livro.
Joana Bernardo – Adorei o livro “Atelier” do Diogo Freitas da Costa. Aborda questões relacionadas com o atelier e o modo de viver enquanto artista. Descobri-o quase a terminar a minha tese e foi fulcral! Também gosto muito do “Atlas do Corpo e da Imaginação” do Gonçalo M. Tavares.
Rita Ramalho - "A culpa é das estrelas", por ser um livro apaixonante do início ao fim. 

Que filmes veriam vezes sem conta?
Alda Vasco - São tantos que é bastante difícil escolher um. Gosto de um pouco de tudo especialmente dentro de dramas, comédias e mistério.
Joana Bernardo – Adoro filmes!! Gosto do filme “The Vow” como a paixão pela Arte superou a amnésia. “Coco avant Chanel” um filme que afronta as convenções do seu tempo, através de uma mulher persistente e com paixão pela sua profissão.
Ana Brandão - Esta pergunta é muito complicada para mim, uma vez que não tenho nenhum filme preferido e são raros os filmes que costumo repetir. Não por não gostar, porque adoro cinemas, mas por nunca ter tido essa vontade de repetir. Mas sem duvida que o meu género de filmes são os dramas.
Rita Ramalho - "O terceiro passo", por ser um filme misterioso e inesperado.

Numa palavra como definiriam o trabalho de um designer gráfico?
Alda Vasco – Criativo.
Joana Bernardo – Resiliente, por estarmos constantemente em desafios criativos, e sermos capazes de refazer de várias formas a mesma solução.
Ana Brandão - Entusiasmo, sempre fui movida pelo entusiasmo de criar algo novo e encontrei no design um constante desafio de criar e de superar-me.
Rita Ramalho – Imprescindível.

As novidades da Arquétipo não param e se não querem perder nada podem seguir o projecto nas redes sociais facebook e instagram e ainda espreitar o site.

O mundo contornado da Joana Rosa Caçador


As ilustrações da Joana são quase a sua impressão digital artística, que marca de uma forma bonita tudo o que é desenhado por ela. Desde os contornos a preto, sublimes e harmoniosos com a representação, até aos retratos expressivos que demonstram vitalidade e a personalidade de quem foi retratado, são vários os aspectos que fazem da Joana uma ilustradora talentosa em ascensão. Hoje podem conhecer o início do seu percurso, o que a inspira e como trabalha, aqui no talks.

Como chegaste ao mundo da ilustração?
Acho que a ilustração sempre fez parte da minha vida, mesmo sem dar conta. Os meus pais leccionaram Educação Visual e Tecnológica tiveram grande influência em mim, pois sempre tive contacto com desenho, trabalhos manuais; e a todo o tipo de materiais e técnicas. Os livros ilustrados e o cinema de animação também tiveram influência, pois fizeram com que eu quisesse desenhar ainda mais e melhor. Por isso, como sempre desenhei e não sei ser de outra maneira que não assim, posso afirmar que é algo que faz parte de mim. 
Do ponto de vista mais profissional, foi a partir do momento em que decidi criar uma página dedicada ao meu trabalho como ilustradora, que comecei a ter alguma visibilidade; consequentemente acabei por receber pedidos de encomendas e convites para participar em exposições. Porém, tenho ainda um longo caminho a percorrer.

  

Qual é a tua formação académica e como é que ela te influenciou?
Licenciei-me em  Design do Produto pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo e aí, foi aconselhada por alguns professores (nomeadamente de Desenho e de Projecto) a tirar o Mestrado em Ilustração. E foi o que acabou por acontecer, concluída a licenciatura, candidatei-me ao Mestrado de Ilustração na ESAP-Guimarães e ainda bem que assim foi, porque a ilustração é aquilo a que me quero dedicar.


Nas tuas contas das redes sociais podem ver-se várias ilustrações personalizadas que resultaram de encomendas especiais de clientes. Como é a experiência e qual é o processo criativo que segues nesses casos?
Na verdade, tudo começou com uma ilustração que fiz para oferecer ao meu namorado no Dia de S. Valentim. A nossa representação surgiu dentro de um género simples e quase caricatural (a cabeça ligeiramente maior do que os corpos, membros alongados e esguios, a utilização de apenas duas cores) permitindo, ainda assim, reconhecer as pessoas ali recriadas. Houve logo uma aceitação muito grande por parte de amigos e familiares e a partir daí, comecei a receber pedidos de encomendas dentro desse género. 
Confesso que esta experiência tem sido muito gratificante, tanto na criação de ilustrações de pessoas amigas, como daquelas que apenas conheço por via da minha página: é um presente que fica na memória e é exclusivo, pois tento sempre criar poses e elementos decorativos diferentes, para que nunca existam duas ilustrações iguais. Por outro lado, além de serem um desafio para mim (visto que na maioria das vezes represento indivíduos que não conheço pessoalmente), são também muito interessantes por ficar a conhecer as reacções das pessoas ao verem-se recriadas por mim. 
No que diz respeito ao processo criativo, este passa por algumas etapas até ao produto final. Em primeiro lugar existe a necessidade de perceber se existe um tema central para ilustração (por exemplo se é para oferecer no natal, aniversário, casamento, baptizado, uma frase que identifique a pessoa, ou outro…), seguidamente peço algumas fotografias do(s) elemento(s) a ilustrar e a partir daí, passo para a fase de esboços. Assim que considero que consegui captar as expressões (e assim que tenho o feedback positivo do cliente), dou início a arte final (o preenchimento com tinta-da-china e cor). Finalizado o trabalho este é cuidadosamente embrulhado e enviado por correio.

 

Que tipo de trabalho gostavas de fazer que ainda não tenhas feito?
Adorava ilustrar um álbum narrativo, pois foi o “género” que estudei durante a realização da minha dissertação de mestrado e pelo qual tenho mais interesse actualmente. 


Normalmente que materiais utilizas no teu trabalho?
A tinta-da-china (canetas ou aplicação a pincel) e aguarelas são uma constante no meu trabalho. Gosto também de explorar o desenho digital, introduzindo texturas e cor nos desenhos previamente digitalizados.


Em que/ quem te inspiras na execução do teu trabalho?
O meu trabalho é inspirado pelos mais variados temas: como as mulheres e o universo feminino – onde exploro a fisionomia e vestes das suas personagens ou então brinco com os seus temas e manias mais comuns; desenvolvo também ilustrações relacionadas com a natureza e dos objectos do quotidiano (conferindo-lhes a estes últimos características e personalidades humanas), gosto de criar padrões com alguns destes e por fim, tenho vindo a elaborar retratos por encomenda, como já foi referido anteriormente, que permitem produzir imagens quase caricaturais e humorísticas das pessoas representadas.


Com que hobbies ocupas o teu tempo?
Gosto de ler, de fotografia (analógica ou digital), e claro, desenhar!

Que livro andaria sempre contigo?
É difícil escolher apenas um, mas confesso que o livro que me acompanha muitas vezes é o Orgulho & Preconceito de Jane Austen. As personagens são encantadoras e aprecio a crítica subtil que é feita à sociedade da época. Já o li imensas vezes e adquiri recentemente uma edição inglesa magnificamente ilustrada por Alice Pattullo, que para mim é um objecto de luxo.

Que filme verias vezes sem conta?
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain continua a ser um dos meus filmes que mais gosto de revisitar: pela forma como as diferentes histórias se completam, a banda sonora da autoria de Yann Tiersen e claro pela engenhosa Amélie. Quem não gostava de ser a Amélie?

Numa palavra como definirias o trabalho de um ilustrador?
Desafiador! 

Para que não vos escape nada do trabalho da Joana, podem acompanhá-lo na sua página de facebook e no instagram. Se quiserem adquirir algo com estas ou outras bonitas ilustrações conheçam a oferta no seu perfil da Society6.


Imagens retiradas da página de facebook da artista. A primeira imagem foi disponibilizada pela Joana especialmente para este post.

Time-Lapse #1


Time-lapse é um espaço aqui no blog onde são apresentadas sugestões de eventos culturais. Desde exposições, mercados, conferências, concertos, peças de teatro e outros espectáculos ligados à arte e cultura em Portugal, vão poder encontrar um pouco de tudo, organizado semanalmente.


Uma noite na lua de João Falcão com Gregório Duvivier
2 junho - Sintra CC Olga Cadaval
3 junho - Oliveira de Azemeis Cine Teatro Caracas
4 junho - Coimbra TAGV
5 junho - Castelo Branco Cine Teatro Avenida

SINOPSE - Um escritor, sem um único título publicado, luta para terminar uma peça sobre um homem solitário. A personagem processa as suas ideias em cima de um palco e vive atormentado pela recordação de Berenice, a sua ex-mulher.

Vi esta peça o ano passado, no CAE na Figueira da Foz, e posso dizer-vos que é um incrível espectáculo tanto a nível de prestação do próprio actor como da sua produção. O trabalho de luzes está muito bem concretizado.


On the OTHER SIDE por Helena Perez Garcia
De 28 a 16 junho é possível visitar a primeira exposição da ilustradora e designer em Portugal.


4º aniversário Feira das Almas
De 3 de junho a 5 de junho podem fazer uma visita à Feira das Almas, que comemora o seu 4º aniversário de uma forma muito especial. Para quem ainda não conhece o conceito desta feira alternativa, é realizada no primeiro fim-de-semana de cada mês, em Lisboa. Lá podem encontrar mais de 100 bancas de várias temáticas e artistas. Desde trabalhos de designers, artigos vintage, usados ou em segunda mão. Também tem uma vertente de apresentação de projectos e ideias em fase experimental.

Se têm sugestões para a semana seguinte podem deixá-las nos comentários. Serão muito bem-vindas!

_________________________________________________
Podem consultar a origem das imagens e saber mais sobre cada evento ao clicar em cada uma, respectivamente.