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Arquétipo, da Invicta para o mundo


Pela altura do dia da mãe, a Arquétipo já foi mencionada aqui pelo blog. Hoje o destaque vai novamente para este projecto de quatro designers que tem vindo a progredir e a fazer-se notar neste mundo de produtos com padrões que nos rodeiam todos os dias, inspirados na cultura visual portuguesa.

“O padrão conserva uma presença permanente no Porto.”. Esta frase complementa o que define conceptualmente a Arquétipo?Sim, acreditamos que sim. O Porto é recheado de padrões, desde os (famosos) azulejos, aos ornamentos e pavimentos. E a nossa base de inspiração é mesma essa, daí o nosso projeto conter módulos e padrões criados por nós mas inspirados no espólio da Invicta.


Como se conheceram e como chegaram à decisão de criar este projeto? Quais são para vocês as vantagens de trabalhar em equipa?
Somos quatro designers que nos conhecemos na Faculdade de Belas Artes da Universidade Porto, no mestrado. Por estudarmos nesta cidade começamos a vivenciar a cultura da Invicta e isso despertou o interesse nos seus pequenos detalhes.
Em 2014, começou o projeto Arquétipo ao produzimos um artefacto editorial, que consistiu num intenso registo fotográfico dos pormenores da cidade. O projeto ao público foi apresentado em Novembro de 2015. A vantagem de trabalhar em equipa, para além de quatro mentes criativas em vez de uma é que temos todas o mesmo mestrado, mas formações de base diferentes: duas designers e duas artistas plásticas. Estas diferentes perspetivas de observar e absorver complementam-se e criam o Arquétipo.


Que tipo de padrões chegam às vossas peças e como são selecionados?
Através de uma exaustiva recolha de padrões, um registo fotográfico por toda a cidade do Porto. Tudo o que forma um padrão, desde azulejos, ornamentos, portas, janelas, pavimentos, qualquer coisa, torna-se a nossa inspiração. Com base nas fotografias, inspiramo-nos para criar novos módulos em desenho vectorial e posteriormente estes transformam-se em padrões. Temos o artefacto Arquétipo que é a compilação física de todos os padrões criados até ao momento.


Actualmente que produtos Arquétipo as pessoas podem encontrar?
Somos um projeto recente com 6 meses mas já lançamos alguns produtos. As agendas 2016 Arquétipo, com a opção diária e semanal e os blocos personalizados com miolo liso. Recentemente, os álbuns memórias em preto, azul ou rosa com padrões impressos e folhas de papel vegetal para proteger as fotografias, e ainda inclui autocolantes sugestivos. Também lançamos bases de madeira, gravadas com padrão que servem de porta-cartões, postais e até fotografias.
Gostamos de festejar a vida e por isso os nossos produtos são pensados e criados de forma a acompanharem e contribuírem diariamente na vida do nosso público, durante 366 dias com frases inspiradoras, padrões e dias especiais.
Em dias especiais lançamos edições limitadas de produtos. No dia de São Valentim lançámos o kit “O que é o Amor?”. Uma edição limitada de dois cadernos que pretendem celebrar a dois um passado cheio de histórias e um futuro cheio de planos, com frases para completarem e um questionário + duas canecas com um mimo para desfrutarem do chocolate quente enquanto se divertem a preencher e a trocar os cadernos para se conhecerem (ainda) melhor.
Festejámos a Páscoa com postais para os padrinhos e afilhados e uma edição limitada de bombons confeccionados por nós, desde o produto às embalagens, que continham uma frase de inspiração, como em todos os nossos produtos.
Aproveitámos o dia do Pai e o dia da Mãe para lançar os álbuns de memória de cor em simultâneo com os postais.
O nosso objetivo é transportar estes pedaços de história da Invicta para diversos produtos, através dos nossos padrões. E levamos este objetivo mais longe, ao valorizamos a história através da encadernação tradicional, cozidos manualmente e com cunho marcado numa prensa tipográfica.
Os nossos produtos são confecionados por nós e por parcerias com artesãos no Porto.
A linha Arquétipo mantém os padrões em tons monocromáticos, e somente em edições especiais introduzimos a cor.
Obcecadas com os pormenores, as embalagens dos nossos produtos também refletem isso.
É tudo pensado ao pormenor de maneira a que a experiência seja a melhor possível. De acordo com a capa escolhida para a agenda, o embrulho incluía uma etiqueta e um postal de natal, com o mesmo padrão, em tons vermelhos para festejar o Natal!


Alguns dos vossos produtos podem ser personalizados. Quais são as variantes ou elementos de escolha possíveis?
Desde a escolha da organização do produto (como nas agendas Arquétipo), aos padrões das capas, aos cunhos dourado ou prateado, aos nomes personalizados nos blocos, às opções de cor quando elas existem até aos campos introdutórios de dedicatórias em cada produto.


Para além dos padrões que marcam a Cidade Invicta têm outras inspirações ou artistas que admirem especialmente na área do design gráfico/editorial?
Alda Vasco - Geralmente inspiro-me em sentimentos e detalhes e em ilustrações e pinturas. Na área do design gráfico/editorial gosto de ver um pouco de tudo para me inspirar.
Ana Brandão - Inspiração é algo difícil de se explicar uma vez que, na maior parte das vezes, somos inspirados por coisas que nem nós mesmos sabemos. Sou inspirada por tudo o que me rodeia, desde os detalhes mais claros, até ao mais ínfimo pormenor. Mas, principalmente e acima de tudo, sou inspirada pelas pessoas e pelas coisas que ora consigo, ora não consigo entender delas. Sou inspirada pelas dezenas de imagens que consumo diariamente. Penso que a inspiração é constante. Não existe um botão para a parar. E ainda bem.
Joana Bernardo – Em tudo. Alimento a minha alma com os cinco sentidos. Um café quente, um livro, um filme, uma música, uma coreografia, um objeto artístico, uma viagem, uma conversa, o percorrer de ideias interrompidas no sketch, um lugar, tudo serve para despoletar a criatividade.
Rita Ramalho - R2, João da Câmara Leme e Victor Palla.


Com que hobbies ocupam o vosso tempo?
Alda Vasco - Para além do Arquétipo trabalho como ilustradora na área da moda, sou apaixonada por padrões, e fotografia também. Adoro passear, estar em redor da natureza e com os meus amigos. Séries são um vício para mim.
Ana Brandão - Normalmente aproveito o meu tempo livre para ir ao cinema, ver um filme/série, mas principalmente para estar com as pessoas que gosto. Tento perpetuamente fugir à rotina na procura de algo novo para fazer e descobrir.
Joana Bernardo – Para além dos projetos como designer e como artista plástica, adoro sketcks e ateliers! Adoro desenhar, transferir as minhas ideias para papéis, visitar ateliers daí o meu projeto Palimpsesto. Gosto de intervir em várias áreas artísticas e adoro registar o dia-a-dia no instagram!
E adorava viajar pelo mundo inteiro!
Rita Ramalho - Desenhar, fotografar, correr, ir ao cinema e ao teatro e explorar novos lugares.

Que livros andariam sempre convosco?
Alda Vasco - Nunca fui muito fã de livros, não sei bem porquê. Talvez por achar que as imagens transmitem muito mais do que as palavras.
Ana Brandão - Os livros não fazem parte da minha rotina diária, mas sem duvida que um dos livros que mais gostei foi “A Desumanização” de Valter Hugo Mãe. Apesar da profunda tristeza, algo verdadeiramente belo está presente neste livro.
Joana Bernardo – Adorei o livro “Atelier” do Diogo Freitas da Costa. Aborda questões relacionadas com o atelier e o modo de viver enquanto artista. Descobri-o quase a terminar a minha tese e foi fulcral! Também gosto muito do “Atlas do Corpo e da Imaginação” do Gonçalo M. Tavares.
Rita Ramalho - "A culpa é das estrelas", por ser um livro apaixonante do início ao fim. 

Que filmes veriam vezes sem conta?
Alda Vasco - São tantos que é bastante difícil escolher um. Gosto de um pouco de tudo especialmente dentro de dramas, comédias e mistério.
Joana Bernardo – Adoro filmes!! Gosto do filme “The Vow” como a paixão pela Arte superou a amnésia. “Coco avant Chanel” um filme que afronta as convenções do seu tempo, através de uma mulher persistente e com paixão pela sua profissão.
Ana Brandão - Esta pergunta é muito complicada para mim, uma vez que não tenho nenhum filme preferido e são raros os filmes que costumo repetir. Não por não gostar, porque adoro cinemas, mas por nunca ter tido essa vontade de repetir. Mas sem duvida que o meu género de filmes são os dramas.
Rita Ramalho - "O terceiro passo", por ser um filme misterioso e inesperado.

Numa palavra como definiriam o trabalho de um designer gráfico?
Alda Vasco – Criativo.
Joana Bernardo – Resiliente, por estarmos constantemente em desafios criativos, e sermos capazes de refazer de várias formas a mesma solução.
Ana Brandão - Entusiasmo, sempre fui movida pelo entusiasmo de criar algo novo e encontrei no design um constante desafio de criar e de superar-me.
Rita Ramalho – Imprescindível.

As novidades da Arquétipo não param e se não querem perder nada podem seguir o projecto nas redes sociais facebook e instagram e ainda espreitar o site.

1 comentário

  1. Não conheço este projecto mas os produtos parecem-me ser super giros, para além de ser mais do que funcionais. Nem sempre os padrões são muito apelativos para mim, mas até que estou bastante agrada por aqueles apresentados nas imagens.

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