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As histórias remodeladas da Tânia Martins


Apaixonada pela arquitetura e design, a Tânia Martins criou a Homestories onde conta e reconta histórias, sempre com um final feliz. Hoje, vamos conhecer um pouco da sua, deixando-nos também inspirar com alguns dos seus projectos que nos transportam para o conforto de um lar bonito e cheio de luz, vida e identidade.


Como surgiu o teu interesse pela arquitetura e design e o que te influenciou a seguir estas áreas a nível profissional?
Desde pequena que gostava de inventar e fazia casas para tudo, fosse para as bonecas, para as formigas, de plasticina até chegar ao Sims! Sempre gostei de mudar o quarto mil e uma vezes e tudo o que tinha a ver com criar casas eu adorava. Era inevitável entrar numa casa e não imaginar como é que eu faria se fosse minha. Sinceramente não tive grandes influências, foi mesmo algo que nasceu comigo. Quando foi a hora de ir para o secundário já sabia perfeitamente o que queria e a partir dai só tinha que ir atrás daquilo que ambicionava. Na universidade foi onde tive grande contacto com a arquitetura e aí é que comecei a traçar o meu estilo e aquilo com que me identificava.

Quais as tuas inspirações e onde as procuras no inicio de um novo projecto?
A minha grande e primeira inspiração é sempre a história do cliente, da casa e da família. Depois de conhecer um pouco da história começo a idealizar mediante o meu estilo e aquilo que sei que se identifica com o cliente. Aquilo com que mais me identifico é sem dúvida o estilo escandinavo ou nórdico, por ser algo tão simples e funcional que resulta sempre. Sou fã incondicional do uso das madeiras no seu tom natural, de cores neutras e também de algumas tradições nossas, como o mosaico hidráulico, apesar de ser uma moda, eu adoro!


Como descreves o teu processo criativo? E que passos normalmente segues em todos os projectos desde o seu início até à apresentação do resultado final?
Primeiro passo conhecer o cliente e perceber o que pretende, o que mais gosta, o que não gosta, o que idealizou, o que quer manter, etc. Depois organizar o espaço e perceber o que funciona, mediante as exigências pedidas, encontrar o melhor dos dois mundos, funcionalidade e estética. Ultimo passo, colocar aquilo que irá dar vida ao projeto, que lhe dará identidade, que o irá tornar único e especialmente para aquela pessoa. Não sou apologista de encher uma casa com decoração, prefiro deixar o básico e minimamente arranjado, para que depois a família que irá usar aquele espaço o termine com as suas coisas pessoais, o seu dia-a-dia e que todos os dias escreva a história da sua vida. Tenho imensos clientes que me perguntam se podem colocar isto ou aquilo, quando acho que irá resultar digo, se achar que não resulta também digo. Sei que as pessoas ao contratarem este tipo de serviço querem algo que no final fique harmonioso e por isso têm receio de por vezes “estragarem” aquilo que nós arquitetos ou decoradores fizemos, mas também é importante que partilhem aquilo que mais gostam.

Quais são para ti os aspectos mais importantes a ter em conta na decoração e na arquitetura?
Na decoração, apesar de o objetivo principal seja decorar uma casa não significa que se faça uma casa de revista, em que todos os cenários parecem intocáveis.
Não gosto de ir ao detalhe em que as pessoas até têm receio de mudar seja o que for, porque o arquiteto ou decorador deixou assim. Como já referi, acredito que as pessoas deverão terminar a “decoração” da sua casa com os seus objetos. Para além disso é sempre muito importante deixar os espaços funcionais, com zonas de circulação, soluções práticas e uma casa para o dia-a-dia. Na arquitetura é o mesmo principio, gosto de criar espaços funcionais, sou apologista de unir cozinha, sala de estar e sala de jantar, porque acho que é algo que resulta muito bem a nível familiar, uma vez que estarão todos juntos, mesmo fazendo tarefas diferentes. A nível de acabamentos aposto bastante no branco, madeiras, como o pinho e pedras naturais, como o mármore.

Existe algum espaço ou divisão que gostes mais de decorar? 
Cozinha e sala, porque são os espaços onde nós passamos mais tempo em casa e talvez onde usufruímos mais. Se estas divisões não forem confortáveis e não estarem ao nosso gosto, quase que não temos vontade de estar em casa. Para além disso é onde posso ir mais além, porque são espaços que têm uma variedade enorme de soluções e por isso mais desafiante.

Há algum estilo com o qual te identifiques mais?
Sim claro, o estilo escandinavo ou nórdico. Não consigo fazer outra coisa que saia deste registo, não sei se é bom ou mau, mas é aquilo que me faz gostar daquilo que faço, é o que se identifica mais com os meus ideais e gostos pessoais. O meu registo é muito linear e dificilmente faço algo que não seja assim, se fizer é porque não estou a gostar do que estou a fazer.


Enquanto decoradora do Querido Mudei a Casa quais são os principais desafios que enfrentas num projecto? E o que é que te trouxe de melhor a entrada no programa até agora?
Fazer um projeto que se construa em 2 dias, sim são mesmo 2 dias, é desafiante pensar em algo que tenha que ser feito no espaço de tempo tão limitado e ao mesmo tempo tão completo. Fazemos tudo naquelas 48horas, desde demolições a colocar cortinados. Tem de ser tudo muito programado e pensado ao pormenor. A recompensa é que o resultado é fantástico e os candidatos ficam sempre rendidos e muito agradecidos.
Sinceramente aquilo que de melhor me trouxe foi poder fazer algo para melhorar a vida das pessoas e percebi isso rapidamente no meu primeiro programa, que me fez chorar! Para além de fazer aquilo que gosto e poder ter a liberdade de fazer “como quiser”, a parte final de entregar uma divisão completamente mudada e melhor é algo muito gratificante. Mesmo quando dizem que determinadas pessoas não precisam ou que não têm dificuldades, por alguma razão se candidataram e só por isso ficarão sempre agradecidos. Por outro lado, também temos pessoas que não gostam do nosso trabalho e somos criticados por isso. Estar na televisão tem as duas versões, mas não se consegue agradar a toda a gente. Cada um faz aquilo que acha da melhor forma possível.

Com que hobbies ocupas o teu tempo?
Não tenho tempo para ter hobbies! Nem televisão vejo, nem séries, nada. Tudo o que faço está relacionado com a minha profissão. O único bocadinho que tenho é para passear com a Mia (a minha cadela).

Que livro andaria sempre contigo?
Nenhum! Não gosto de ler livros...Eu bem tento, mas chego à cama e caio para o lado e de resto arranjo mil e uma desculpas para não ler 😛

Que filme verias vezes sem conta? 
The notebook. Não sei porquê, mas choro sempre que vejo o filme, veja as vezes que for. Já vi muitas e vejo sempre que for preciso 😊

Numa palavra como definirias o trabalho de um arquiteto/designer de interiores?
Gratificante.



Imagens retiradas do instagram da Homestories.

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