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O Livro do Lykke


Depois d’ O livro do Hygge, Meik Wiking, apresenta-nos o Lykke, um livro que mostra que nem só na Dinamarca se encontram as pessoas mais felizes do mundo.

É verdade que não há nada mais subjetivo do que esse conceito. É muito difícil, senão impossível, medir com exatidão o quão feliz alguém se pode sentir com uma determinada realidade. A possibilidade de aumentar a felicidade fazendo pequenos ajustes ao nosso comportamento é a principal premissa do livro e, com isso em mente, podemos retirar dicas valiosas das suas páginas.


Os seis elementos

Com base em seis elementos, o autor guia-nos numa descoberta completa do que se faz pelo mundo e que torna as pessoas relativamente satisfeitas ao ponto de afirmarem que são felizes. Convívio, Dinheiro, Saúde, Liberdade, Confiança e Bondade têm o seu destaque em capítulos próprios, dedicados a tudo o que é relacionado com o tema.


Convívio e proximidade

Uma das coisas mais interessantes, que já acontecia n’O livro do Hygge, é que o autor complementa sempre os tópicos mencionados com imensos dados estatísticos e curiosidades que surgiram durante alguns estudos que acompanhou ou que o próprio desenvolveu. A informação está bem fundamentada do início ao fim do livro.
O seu vasto conhecimento de casos de sucesso surgem como inspiração. Um dos mais interessantes no que diz respeito ao convívio é a história de Shani, que fortaleceu o sentido e o poder de uma pequena comunidade começando por fazer a pergunta: “Como gostariam que fosse a nossa rua?”. As possibilidades são infinitas. A conectividade é a palavra de ordem em atividades como a formação de um clube de leitura ou a criação de estantes e hortas comunitárias.

 “ Se quiseres construir um navio, não arranjes quem recolha madeira nem distribuas tarefas, ensina as pessoas a ansiar pela infinita imensidão do oceano. ”


Dinheiro

" Se o dinheiro e a felicidade descrevessem a sua relação no Facebook, diriam: «É complicado». "

Há uma correlação entre o rendimento e a felicidade, mas não é linear e funciona até um certo ponto. Por este motivo o livro têm dicas importantes de como não tornar o dinheiro uma fonte de felicidade, mas sim encontrar um ponto de equilíbrio entre o que somos e o que temos sem que o peso da carteira nos defina. Pagar agora para consumir depois, distanciar o bem-estar da riqueza, investir em experiências e recordações e não em coisas materiais são algumas delas.


Saúde e exercício físico

A saúde é fundamental à felicidade. O equilíbrio pleno entre mente e corpo permite-nos ser mais ativos, enfrentando novos desafios e descobertas.  
Nem todos os países têm condições geográficas que permitam a deslocação diária de bicicleta ou a pé para o trabalho/escola. Em Copenhaga, por exemplo, 45% de todas as deslocações para esses locais são de bicicleta o que os faz encarar essa atividade não como exercício, mas sim como meio de chegar a algum lugar. Uma caminhada na floresta, um passeio ao ar livre de bicicleta, procurar subir mais escadas do que é obrigatório e até incluir a meditação na lista de tarefas diárias são pequenos grandes passos para uma mente e corpo sãos.


Confiança e Bondade

Apesar de estarem em capítulos separados acabam por se relacionar bastante. Ao confiar e mostrar que somos de confiança, atraímos mais facilmente atos de bondade trabalhando numa sociedade mais altruísta.

“Se quiseres felicidade por uma hora dorme uma sesta. Se quiseres felicidade por um dia, vai à pesca. 
Se quiseres felicidade por um ano, herda uma fortuna. Se quiseres felicidade para toda a vida, ajuda alguém.”


Em que é que Portugal é mais feliz?

É no capítulo da Liberdade que ficamos a conhecer uma das coisas que torna os Portugueses felizes. 
A parentalidade e qualidade de vida a ela associada pode ser uma grande influência na frequência com que se vêem pais mais satisfeitos e de sorriso na cara. De acordo com um estudo iniciado em 2005, que acompanhou as rotinas de crianças e dos respetivos pais e avós, foi possível descobrir que é em Portugal que se encontra o maior apoio na vida quotidiana e rotinas por parte dos avós. Ao ter esse suporte os pais sentem-se menos sobrecarregados, com mais liberdade e tempo livre. Isto traduz-se num maior índice de felicidade.


Resumidamente, este é um livro muito interessante, que não nos faz sentir que devíamos mudar-nos imediatamente para outro país em busca da felicidade. Meik incentiva os leitores a tentarem melhorar o que os rodeia, inspirando-os com exemplos de experiências e projetos de sucesso que são possíveis de adaptar à realidade que encontram.


Editora: Zero a Oito | IN
Nº de Páginas: 288

1 comentário

  1. Excelente artigo, excelente reflexão.
    A seguir :-)

    https://mariaguimaraesblog.wordpress.com/

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