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As Primeiras Quinze Vidas de Harry August


“As Primeiras Quinze Vidas de Harry August” foi o primeiro livro de Claire North (pseudónimo de Catherine Webb) a ser publicado em Portugal. Como por aqui os livros de ficção científica despertam sempre muita curiosidade, este saltou rapidamente para a estante cá de casa.


Nos livros deste género, mais do que a história em si, é muito interessante conhecer e ver todo o trabalho de construção de uma realidade alternativa à nossa, de forma bem-sucedida e fundamentada. Nesta, a noção de tempo e de (i)mortalidade são dois grandes pilares, sendo que existem dois tipos de pessoas; aquelas que vivem apenas uma vida e as que passam por várias.
Harry nasce, sempre, em 1919 na estação de comboios de Berwick-upon-Tweed e, de todas as vezes que morre é aí que volta, ao seu ponto de origem, tal como os outros kalachakras ou ouroborianos, que partilham da mesma natureza.


Através da voz de Harry, com recuos e avanços, vamos assistindo ao relato de alguns acontecimentos das suas vidas até chegar ao ponto atual, a décima quinta. Isto vai sendo possível porque para além de ter mais do que uma vida tem também uma memória excecional que lhe permite relembrar-se de tudo e, no seu caso, nunca passar pelo Esquecimento na primeira pessoa.

Numa tentativa de servir de suporte à “espécie” é criado, algures no tempo e de forma secreta, o Clube Cronus. Depois de algum sofrimento, sobretudo devido ao processo de descodificação da sua condição, Harry é levado até essa entidade que se mantém ativa cronologicamente ao longo de muitos séculos, ajudando a passar informações importantes através do tempo, de umas gerações para outras, de sucessivas mortes em sucessivos nascimentos.
Um dia, a partir de comunicações do futuro para o passado, ele descobre que o mundo como o conhecem está a acabar cada vez mais cedo. É então que Harry August embarca na maior aventura das suas vidas, - descobrir o quê (ou quem) está por detrás deste avanço precoce que vai contra os princípios do clube, uma vez que põe em risco o curso natural da história da evolução da humanidade.


Claire North soube bem tornar um livro de ficção científica num intrigante mistério com personagens de caractér muito forte. O discurso da própria personagem torna a leitura muito cativante de forma gradual e moderada. Vai se tornando aos poucos muito pessoal e é já nos últimos capítulos, em que facilmente nos deixamos envolver nos pensamentos de Harry, que damos conta que ele está (sempre esteve) a contar as suas vidas a alguém, cuja identidade seria revelada mesmo nas últimas páginas.

Recomendo a leitura a quem gosta do género, mas também a quem queira ler uma boa história que envolve amizade e ligações fortes, de uma história em que o bem e o mal andam de mãos dadas e juntos viajam no tempo.


Editora: Saída de Emergência
Nº de Páginas: 432

4 comentários

  1. Não é de todo o meu tipo de livros, mas essas fotografias estão fantásticas! Aliás, como sempre!

    E comunicações entre passado e futuro... será que seriam boas?

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    1. Obrigada, Lúcia! :D

      É realmente uma questão muito difícil, principalmente se isso só acontecesse com alguns como no livro :p

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  2. Um livro que tenho muita curiosidade para ler :) vejo sempre opiniões muito positivas. Vou ler de certeza um dia. Beijinhos*

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    1. Tenho quase a certeza que vais gostar de o ler, Raquel :)
      Beijinhos

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