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A arte subtil de saber dizer que se f*da


A honestidade e o humor preenchem A Arte Subtil de Saber Dizer que Se F*da de Mark Manson e, apesar de estar categorizado como um livro de autoajuda, diferencia-se dos restantes pelo discurso pessoal. Nele o destaque vai para o exemplo de determinadas circunstâncias vividas pelo autor como elemento de análise.

Na sinopse é-nos dado a entender que este livro vem derrubar os restantes que elevem o pensamento positivo, mas na verdade ele acabar por ser um complemento e não um substituto dos outros, com uma linguagem diferente, mais direta e sem grandes rodeios.

De uma forma geral, é interessante pela maneira como descreve situações banais. Não oferece a fórmula mágica para ser feliz, nem nada que se pareça, mas toca em pontos que provavelmente ainda não tínhamos pensado, mesmo lidando com eles todos os dias, e que, nalguns casos, pode servir como aquele empurrão para fazer algo diferente. Apesar de algumas contradições e perspetivas com as quais não me identifico totalmente no discurso de Mark, é um livro que recomendo pelo simples facto de nos fazer questionar e de nos predispormos mais ao foco no que realmente importa.


A arte subtil de saber o quê?
Aqui em baixo vão poder ler algumas das abordagens mais interessantes do livro que, apesar de cliché, são boas de recordar:

Que o sonho é uma montanha, e é longa a caminhada para lá chegar.
Por vezes definimos objetivos (ou sonhos) para nós que realmente nos exigem muito esforço e dedicação. Ter uma carreira, aprender algo novo e utilizar isso para ser bem-sucedido profissionalmente, são duas coisas que, por exemplo, não se conseguem simplesmente a imaginar e a desejar com muita força que aconteçam.

É comum deixamo-nos levar pelas nossas próprias armadilhas e só pensármos no resultado final de algo que queremos muito que aconteça connosco, quando na verdade nem gostamos do caminho a ser percorrido para lá chegar.
O autor convida-nos a fazer o exercício de entender ao máximo aquilo que estamos dispostos a fazer por qualquer coisa que queremos e, se nos imaginarmos mesmo a fazer tudo, então lutar por isso. Temos de querer a recompensa e a luta, o resultado e o processo. Temos de nos sentir motivados e apaixonados pela batalha e pela vitória. 

Que a vida é feita de um upgrade constante de problemas (melhorados).
É logo no início do livro que Mark nos diz isto mesmo. É importante transformar a dor numa ferramenta que funcione sempre a nosso favor, o trauma em poder e, claro, os problemas em problemas ligeiramente melhores.
Não é possível ter uma vida livre de problemas. Eles vão sempre existir e o que podemos fazer é simplesmente melhorá-los, torna-los mais simpáticos. De cada vez que resolvemos um problema parte-se do princípio que teremos outros problemas mais fáceis para lidar.
Para sermos felizes precisamos de sentir que resolvemos os nossos problemas. A felicidade existe na forma de ação e não de estado emocional, logo ela vai surgir quando decidirmos quais são os problemas que queremos ter e resolver.

Que a aceitação de uma experiência negativa é uma experiência positiva. 
Atualmente estamos rodeados de informação, grande parte sem qualidade para cada um de nós. No entanto, é suficiente para vermos muito e sabermos muito, se assim desejarmos. Com tudo isso vem também a nossa própria interpretação e é fácil cair, sentirmo-nos inferiores e desvalorizados. Sentirmos que não somos capazes e que não estamos à altura do desafio (seja ele qual for). Qual é a solução possível de Mark? Encararmos as experiências negativas de forma positiva, como algo que nos oferece e não que nos retira capacidades. Por vezes, queremos tanto ser felizes, queremos tanto ser mais e melhor que nos preocupamos muito e não descontraímos o suficiente para realmente chegar lá. A pressão é algo com o qual temos de lidar, mas também saber quando a estamos a colocar nos nossos ombros sem necessidade.

Tudo o que vale a pena na vida é conquistado pela superação da experiência negativa associada.


Que os momentos em que nos estamos nas tintas são aqueles que mais definem as nossas vidas.
Por outras palavras, quando tomamos decisões em que claramente mandamos dar uma volta as coisas que não importam, estamos a definir-nos. Existe uma arte subtil em tudo isto que é a de compreender exatamente o que é essencial e prioritário. Pode parecer fácil dito assim, mas para o fazer é necessário um conhecimento dos valores pessoais muito rigoroso e disciplinado e de olho nas expectativas e na realidade, sempre.

Que estamos errados.
Ter certezas de muitas coisas pode ser algo perigoso. Quando acreditamos que estamos muito certos de tudo podemos simplesmente estar a perder uma verdade ainda melhor ou um errado ligeiramente menos errado.

Que o fracasso é o caminho para a frente.
O medo de falhar faz-nos evitar o fracasso. Ao optarmos por situações em que claramente estamos mais confortáveis escolhemos viver com realidades medianas que não nos trazem desafio. Assim acabamos por nos limitar a fazer algo melhor. Se não estivermos dispostos a falhar poderemos perder excelentes oportunidades de sermos bem-sucedidos.

Que apenas fazer alguma coisa é melhor que não fazer nada.
Se seguirmos o principio “faça alguma coisa”, o fracasso parece insignificante. Quando o padrão de sucesso é, meramente agir – quando qualquer resultado é visto como um progresso e importante, quando a inspiração é vista como uma recompensa e não como um pré-requisito – impelimo-nos para a frente. Sentimo-nos livres para falhar, e o falhanço faz-nos avançar.

O principio “faça alguma coisa” não só nos ajuda a ultrapassar a procrastinação, como é também o processo através do qual adotamos novos valores.


E vocês, já leram este livro? Se sim, deixem nos comentários a vossa opinião 😊



Editora: Saída de Emergência (Desassossego)
Nº de Páginas: 208

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