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Deixar Ir


Sempre que possível gosto de intercalar livros de ficção com outro tipo de leituras (práticas, técnicas ou de desenvolvimento pessoal). Desta forma acabo por dar espaço a vários tipos de livros e encaro o final de cada um com mais impacto do que se lesse constantemente o mesmo género.

No que diz respeito aos livros de desenvolvimento pessoal, tenho sempre optado por livros mais leves com poucas páginas ou pouco texto. Por isso, quando a Alma dos Livros publicou o Deixar Ir fiquei curiosa e quis lê-lo por considerar que seria diferente do que tinha lido até então. Neste post vão poder encontrar alguns dos aspetos que considerei interessantes e que poderão motivar a vossa leitura.

Linguagem e fio condutor simples

Apesar de David R. Hawkins ter exercido psiquiatria e ter dedicado uma boa parte da sua carreira à investigação, a linguagem utilizada é simples e de fácil compreensão. Este era um facto que me preocupava antes de começar a ler o livro, mas que rapidamente deixou de fazer sentido.

No prefácio dá-nos a conhecer muito resumidamente aquilo que é a técnica do deixar ir e quais as áreas em que se pode sentir a diferença aplicando os mecanismos mencionados no livro. O autor afirma que os níveis físicos, comportamentais, relações interpessoais, consciência e espiritualidade podem ser beneficiados.

É possível ler em qualquer altura, a partir de qualquer parte, porque os capítulos têm títulos bastante intuitivos. Facilmente é possível ler o livro e voltar a uma determinada parte quando se quiser. Os primeiros capítulos são uma introdução à prática do deixar ir e dos conceitos que vão ser abordados. Depois, segue-se uma explicação mais detalhada de cada nível de emoção (capítulos quatro ao treze) e, por fim, existe um aprofundamento mais concreto dos benefícios, procedimentos e resultados e até uma parte dedicada a questões que normalmente lhe foram colocadas nas suas palestras.

O processo como solução de várias questões ligadas à emoção (com exemplos práticos) é muito evidenciado, mas leva algum tempo até explicar realmente como funciona o “deixar ir”. Penso que o autor deveria ter-se concentrado um pouco mais nas dificuldades que o leitor poderia encontrar ao aplicar a técnica.
  
Valores e conceitos universais

O livro foca-se bastante em valores e conceitos universais, comuns a qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É fácil nos identificarmos com a maioria do que é falado pelo autor. Por norma, todos queremos o melhor para nós e para os outros, todos agimos tendo por base aquilo que consideramos ser o melhor que é possível fazer com o que temos numa determinada altura. Todos queremos mais momentos de tranquilidade e paz. É, praticamente, universal.

Em certas situações os níveis de emoções são descritos de uma forma extrema pelo autor e isto, em concreto, poderá não se aplicar a qualquer pessoa. O mais comum seria algo mais mediano, mas é percetível que a caracterização tenha de abranger tudo o que diz respeito à emoção.

  
Nada de imposições nem obrigações

Em várias partes do livro são mencionadas religiões e algumas perspetivas a elas associadas, mas estas apenas servem de exemplo no contexto de uma teoria ou argumento. Por isso, a leitura não requer necessariamente qualquer tipo de crença. Apenas vontade de aprender, sem receio de conhecer e ver para lá do que é diferente. 

Admito que no início me causou alguma confusão a variedade de religiões e personalidades históricas que o autor mencionava num só capítulo e a forma como o fazia. No entanto, não encarei isso como algo essencial, numa perspectiva em que que tivesse necessariamente de concordar com tudo o que o autor dizia. O que é fundamental é a própria técnica e perceber como é que se pode aplicar à vida dos leitores, caso faça sentido para eles.

Se forem pessoas que gostam de concordar com tudo o que é dito pelo autor no livro, então este poderá não ser o mais indicado para vocês, uma vez que junta vários assuntos tão díspares, não facilita a que todas as pessoas se identifiquem, pois facilmente entrarão em conflito com aquilo em que acreditam.
       
Interação através da questão    

Para além da sua própria experiência, Hawkins apresenta muitos exemplos concretos do dia-a-dia de pacientes que teve ou de pessoas que conheceu noutras circunstâncias. Isso ajuda bastante a focar nas situações que nos são mais próximas e encontrar semelhanças na forma como podem ser tratadas. Estes relatos são ainda complementados com uma grande componente de reflexão em que o autor sugere que os leitores façam a eles próprios algumas questões, facilitando a tomada de decisões ou a sua compreensão.

Para mim, estes dois aspetos foram os que mais importância tiveram e que facilitaram a leitura devido ao grau de proximidade que é estabelecida.


Para quem queira entender alguns conceitos no âmbito da psicologia, conhecer a visão de Hawkins ou tenha apenas curiosidade de conhecer novas perspetivas pouco faladas (mas com muita investigação) nas áreas do crescimento da consciência e das emoções, esta é certamente uma boa leitura.


Nº de páginas: 368
Livro cedido pela Alma dos Livros.

2 comentários

  1. Fiquei algo curiosa. Vou esperar que a minha cópia do livro chegue brevemente!

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  2. Parece ser um bom ensinamento para uma vida plena de harmonia e de liberdade espiritual.

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