Um
caderno e uma caneta são mais que essenciais para ele. Com estes materiais o
Joel faz retratos e conta histórias registando momentos tão fugazes quanto a
própria velocidade do tempo. No trabalho dele podemos encontrar um conceito
inspirador, tão ou mais pessoal que a fotografia – a reportagem gráfica, onde
desenha o que acontece e o que é dito em vários eventos culturais.
Desde quando é
que o desenho faz parte da tua vida? E quando é que começaste a desenhar neste
estilo gráfico?
As bases do
desenho, comecei a assimilar nos primeiros anos de faculdade, entre 1999 e
2003. Foi nessa altura que tomei o gosto pelo desenho, e comecei a praticar
frequentemente.
Bem mais
tarde, em 2012, comecei a frequentar o Clube de Desenho, no Porto, e foi nesse
período que fixei o estilo gráfico que hoje em dia uso. Também foi quando
comecei a desenhar na rua e em concertos.
Há algo que te
inspire para desenhar?
Faço
sobretudo desenho de observação, tenho quase sempre um caderno de desenho
comigo, e a vontade de desenhar pode surgir a qualquer momento.
Quais são os
artistas que tens como referência para ti e para o teu trabalho?
Todos os
artistas e trabalhos podem ser referência, mas admiro muito o trabalho de
observação que o Luís Simões faz e o domínio de técnica que tem, a maneira como
o Ricardo Drumond trabalha e os resultados que atinge, e o trabalho que a
Cláudia Guerreiro desenvolve também.
Haveria
imensos nomes a por nesta lista, há malta imensamente talentosa por todo o
lado, e é um gosto enorme conhecer o trabalho que esta gente faz.
O que
consideras mais desafiante no desenho de retrato?
O que me
seduz mais no retrato é a expressão. Conseguir transmitir a emoção, a sensação,
conseguir passar um ambiente circundante representando só o retrato deixa-me
particularmente desafiado e motivado.
Como é a experiência
de desenhar em eventos?
Gosto
particularmente do constrangimento de que o tempo não para, nem as pessoas
ficam à espera de nós nem a fazer pose. Desafia-me tentar captar a acção em
tempo real, sem poder voltar atrás, sem repetições, sem poder parar. Agrada-me
esse estado em que tudo acontece e tu tentas registar isso no papel.
Na área da
ilustração o que gostavas de fazer que ainda não tenhas feito?
Comecei um
mestrado de Ilustração e Animação em 2013, no IPCA em Barcelos. Considero que
ainda agora me debrucei sobre a ilustração, e ainda tenho muita coisa a
explorar e descobrir. A animação também está nos planos.
Actualmente,
quais são as principais dificuldades que consideras que os artistas enfrentam
no mercado de trabalho?
Acho que,
relativamente às gerações anteriores, as novas gerações de artistas têm que
lidar com uma quantidade exponencialmente maior de informação, ruído, caminhos
e opções. O sentimento de desorientação é grande, e a tendência é que esta
dificuldade aumente.
Que livro andaria
sempre contigo?
Além do
diário gráfico? Há um livro que volto sempre a ele de vez em quando, The
Natural Way to Draw, de Kimon Nicolaides. Para quem pratica desenho, diria que
é obrigatório.
Que filme
verias vezes sem conta?
Eternal
Sunshine of the Spotless Mind é um deles, porque ver o Jim Carey num papel
dramático é raro, e ver um filme cuja personagem se chama Joel é mais raro
ainda.
Numa palavra
como definirias o trabalho de um ilustrador?
Pois, boa
pergunta, não tenho resposta ainda para esta questão, mas anda à volta da
procura, pesquisa, e questionar o tema que estamos a ilustrar.
Podem acompanhar o trabalho do Joel na sua página de facebook.
Podem acompanhar o trabalho do Joel na sua página de facebook.
Muita arte a sair das mãos do Joel. E mais uma entrevista bonita.
ResponderEliminarParabéns, querida Mariana! :)
Obrigada Margarida <3
EliminarGostei muito dos retratos e da entrevista, espetaculares :)
ResponderEliminarObrigada Madalena!
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