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Broken Mirrors pela Catarina Inácio


A Catarina tem apenas 18 anos e um fantástico talento em progressão e é com muito orgulho que já pode ser considerada uma artista e fotógrafa. No mês de março deixou um pouco do seu testemunho deste mundo por detrás de uma câmara fotográfica aqui no blog, numa entrevista do talks que podem ver aqui.

Arquétipo, da Invicta para o mundo


Pela altura do dia da mãe, a Arquétipo já foi mencionada aqui pelo blog. Hoje o destaque vai novamente para este projecto de quatro designers que tem vindo a progredir e a fazer-se notar neste mundo de produtos com padrões que nos rodeiam todos os dias, inspirados na cultura visual portuguesa.

“O padrão conserva uma presença permanente no Porto.”. Esta frase complementa o que define conceptualmente a Arquétipo?Sim, acreditamos que sim. O Porto é recheado de padrões, desde os (famosos) azulejos, aos ornamentos e pavimentos. E a nossa base de inspiração é mesma essa, daí o nosso projeto conter módulos e padrões criados por nós mas inspirados no espólio da Invicta.


Como se conheceram e como chegaram à decisão de criar este projeto? Quais são para vocês as vantagens de trabalhar em equipa?
Somos quatro designers que nos conhecemos na Faculdade de Belas Artes da Universidade Porto, no mestrado. Por estudarmos nesta cidade começamos a vivenciar a cultura da Invicta e isso despertou o interesse nos seus pequenos detalhes.
Em 2014, começou o projeto Arquétipo ao produzimos um artefacto editorial, que consistiu num intenso registo fotográfico dos pormenores da cidade. O projeto ao público foi apresentado em Novembro de 2015. A vantagem de trabalhar em equipa, para além de quatro mentes criativas em vez de uma é que temos todas o mesmo mestrado, mas formações de base diferentes: duas designers e duas artistas plásticas. Estas diferentes perspetivas de observar e absorver complementam-se e criam o Arquétipo.


Que tipo de padrões chegam às vossas peças e como são selecionados?
Através de uma exaustiva recolha de padrões, um registo fotográfico por toda a cidade do Porto. Tudo o que forma um padrão, desde azulejos, ornamentos, portas, janelas, pavimentos, qualquer coisa, torna-se a nossa inspiração. Com base nas fotografias, inspiramo-nos para criar novos módulos em desenho vectorial e posteriormente estes transformam-se em padrões. Temos o artefacto Arquétipo que é a compilação física de todos os padrões criados até ao momento.


Actualmente que produtos Arquétipo as pessoas podem encontrar?
Somos um projeto recente com 6 meses mas já lançamos alguns produtos. As agendas 2016 Arquétipo, com a opção diária e semanal e os blocos personalizados com miolo liso. Recentemente, os álbuns memórias em preto, azul ou rosa com padrões impressos e folhas de papel vegetal para proteger as fotografias, e ainda inclui autocolantes sugestivos. Também lançamos bases de madeira, gravadas com padrão que servem de porta-cartões, postais e até fotografias.
Gostamos de festejar a vida e por isso os nossos produtos são pensados e criados de forma a acompanharem e contribuírem diariamente na vida do nosso público, durante 366 dias com frases inspiradoras, padrões e dias especiais.
Em dias especiais lançamos edições limitadas de produtos. No dia de São Valentim lançámos o kit “O que é o Amor?”. Uma edição limitada de dois cadernos que pretendem celebrar a dois um passado cheio de histórias e um futuro cheio de planos, com frases para completarem e um questionário + duas canecas com um mimo para desfrutarem do chocolate quente enquanto se divertem a preencher e a trocar os cadernos para se conhecerem (ainda) melhor.
Festejámos a Páscoa com postais para os padrinhos e afilhados e uma edição limitada de bombons confeccionados por nós, desde o produto às embalagens, que continham uma frase de inspiração, como em todos os nossos produtos.
Aproveitámos o dia do Pai e o dia da Mãe para lançar os álbuns de memória de cor em simultâneo com os postais.
O nosso objetivo é transportar estes pedaços de história da Invicta para diversos produtos, através dos nossos padrões. E levamos este objetivo mais longe, ao valorizamos a história através da encadernação tradicional, cozidos manualmente e com cunho marcado numa prensa tipográfica.
Os nossos produtos são confecionados por nós e por parcerias com artesãos no Porto.
A linha Arquétipo mantém os padrões em tons monocromáticos, e somente em edições especiais introduzimos a cor.
Obcecadas com os pormenores, as embalagens dos nossos produtos também refletem isso.
É tudo pensado ao pormenor de maneira a que a experiência seja a melhor possível. De acordo com a capa escolhida para a agenda, o embrulho incluía uma etiqueta e um postal de natal, com o mesmo padrão, em tons vermelhos para festejar o Natal!


Alguns dos vossos produtos podem ser personalizados. Quais são as variantes ou elementos de escolha possíveis?
Desde a escolha da organização do produto (como nas agendas Arquétipo), aos padrões das capas, aos cunhos dourado ou prateado, aos nomes personalizados nos blocos, às opções de cor quando elas existem até aos campos introdutórios de dedicatórias em cada produto.


Para além dos padrões que marcam a Cidade Invicta têm outras inspirações ou artistas que admirem especialmente na área do design gráfico/editorial?
Alda Vasco - Geralmente inspiro-me em sentimentos e detalhes e em ilustrações e pinturas. Na área do design gráfico/editorial gosto de ver um pouco de tudo para me inspirar.
Ana Brandão - Inspiração é algo difícil de se explicar uma vez que, na maior parte das vezes, somos inspirados por coisas que nem nós mesmos sabemos. Sou inspirada por tudo o que me rodeia, desde os detalhes mais claros, até ao mais ínfimo pormenor. Mas, principalmente e acima de tudo, sou inspirada pelas pessoas e pelas coisas que ora consigo, ora não consigo entender delas. Sou inspirada pelas dezenas de imagens que consumo diariamente. Penso que a inspiração é constante. Não existe um botão para a parar. E ainda bem.
Joana Bernardo – Em tudo. Alimento a minha alma com os cinco sentidos. Um café quente, um livro, um filme, uma música, uma coreografia, um objeto artístico, uma viagem, uma conversa, o percorrer de ideias interrompidas no sketch, um lugar, tudo serve para despoletar a criatividade.
Rita Ramalho - R2, João da Câmara Leme e Victor Palla.


Com que hobbies ocupam o vosso tempo?
Alda Vasco - Para além do Arquétipo trabalho como ilustradora na área da moda, sou apaixonada por padrões, e fotografia também. Adoro passear, estar em redor da natureza e com os meus amigos. Séries são um vício para mim.
Ana Brandão - Normalmente aproveito o meu tempo livre para ir ao cinema, ver um filme/série, mas principalmente para estar com as pessoas que gosto. Tento perpetuamente fugir à rotina na procura de algo novo para fazer e descobrir.
Joana Bernardo – Para além dos projetos como designer e como artista plástica, adoro sketcks e ateliers! Adoro desenhar, transferir as minhas ideias para papéis, visitar ateliers daí o meu projeto Palimpsesto. Gosto de intervir em várias áreas artísticas e adoro registar o dia-a-dia no instagram!
E adorava viajar pelo mundo inteiro!
Rita Ramalho - Desenhar, fotografar, correr, ir ao cinema e ao teatro e explorar novos lugares.

Que livros andariam sempre convosco?
Alda Vasco - Nunca fui muito fã de livros, não sei bem porquê. Talvez por achar que as imagens transmitem muito mais do que as palavras.
Ana Brandão - Os livros não fazem parte da minha rotina diária, mas sem duvida que um dos livros que mais gostei foi “A Desumanização” de Valter Hugo Mãe. Apesar da profunda tristeza, algo verdadeiramente belo está presente neste livro.
Joana Bernardo – Adorei o livro “Atelier” do Diogo Freitas da Costa. Aborda questões relacionadas com o atelier e o modo de viver enquanto artista. Descobri-o quase a terminar a minha tese e foi fulcral! Também gosto muito do “Atlas do Corpo e da Imaginação” do Gonçalo M. Tavares.
Rita Ramalho - "A culpa é das estrelas", por ser um livro apaixonante do início ao fim. 

Que filmes veriam vezes sem conta?
Alda Vasco - São tantos que é bastante difícil escolher um. Gosto de um pouco de tudo especialmente dentro de dramas, comédias e mistério.
Joana Bernardo – Adoro filmes!! Gosto do filme “The Vow” como a paixão pela Arte superou a amnésia. “Coco avant Chanel” um filme que afronta as convenções do seu tempo, através de uma mulher persistente e com paixão pela sua profissão.
Ana Brandão - Esta pergunta é muito complicada para mim, uma vez que não tenho nenhum filme preferido e são raros os filmes que costumo repetir. Não por não gostar, porque adoro cinemas, mas por nunca ter tido essa vontade de repetir. Mas sem duvida que o meu género de filmes são os dramas.
Rita Ramalho - "O terceiro passo", por ser um filme misterioso e inesperado.

Numa palavra como definiriam o trabalho de um designer gráfico?
Alda Vasco – Criativo.
Joana Bernardo – Resiliente, por estarmos constantemente em desafios criativos, e sermos capazes de refazer de várias formas a mesma solução.
Ana Brandão - Entusiasmo, sempre fui movida pelo entusiasmo de criar algo novo e encontrei no design um constante desafio de criar e de superar-me.
Rita Ramalho – Imprescindível.

As novidades da Arquétipo não param e se não querem perder nada podem seguir o projecto nas redes sociais facebook e instagram e ainda espreitar o site.

O mundo contornado da Joana Rosa Caçador


As ilustrações da Joana são quase a sua impressão digital artística, que marca de uma forma bonita tudo o que é desenhado por ela. Desde os contornos a preto, sublimes e harmoniosos com a representação, até aos retratos expressivos que demonstram vitalidade e a personalidade de quem foi retratado, são vários os aspectos que fazem da Joana uma ilustradora talentosa em ascensão. Hoje podem conhecer o início do seu percurso, o que a inspira e como trabalha, aqui no talks.

Como chegaste ao mundo da ilustração?
Acho que a ilustração sempre fez parte da minha vida, mesmo sem dar conta. Os meus pais leccionaram Educação Visual e Tecnológica tiveram grande influência em mim, pois sempre tive contacto com desenho, trabalhos manuais; e a todo o tipo de materiais e técnicas. Os livros ilustrados e o cinema de animação também tiveram influência, pois fizeram com que eu quisesse desenhar ainda mais e melhor. Por isso, como sempre desenhei e não sei ser de outra maneira que não assim, posso afirmar que é algo que faz parte de mim. 
Do ponto de vista mais profissional, foi a partir do momento em que decidi criar uma página dedicada ao meu trabalho como ilustradora, que comecei a ter alguma visibilidade; consequentemente acabei por receber pedidos de encomendas e convites para participar em exposições. Porém, tenho ainda um longo caminho a percorrer.

  

Qual é a tua formação académica e como é que ela te influenciou?
Licenciei-me em  Design do Produto pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo e aí, foi aconselhada por alguns professores (nomeadamente de Desenho e de Projecto) a tirar o Mestrado em Ilustração. E foi o que acabou por acontecer, concluída a licenciatura, candidatei-me ao Mestrado de Ilustração na ESAP-Guimarães e ainda bem que assim foi, porque a ilustração é aquilo a que me quero dedicar.


Nas tuas contas das redes sociais podem ver-se várias ilustrações personalizadas que resultaram de encomendas especiais de clientes. Como é a experiência e qual é o processo criativo que segues nesses casos?
Na verdade, tudo começou com uma ilustração que fiz para oferecer ao meu namorado no Dia de S. Valentim. A nossa representação surgiu dentro de um género simples e quase caricatural (a cabeça ligeiramente maior do que os corpos, membros alongados e esguios, a utilização de apenas duas cores) permitindo, ainda assim, reconhecer as pessoas ali recriadas. Houve logo uma aceitação muito grande por parte de amigos e familiares e a partir daí, comecei a receber pedidos de encomendas dentro desse género. 
Confesso que esta experiência tem sido muito gratificante, tanto na criação de ilustrações de pessoas amigas, como daquelas que apenas conheço por via da minha página: é um presente que fica na memória e é exclusivo, pois tento sempre criar poses e elementos decorativos diferentes, para que nunca existam duas ilustrações iguais. Por outro lado, além de serem um desafio para mim (visto que na maioria das vezes represento indivíduos que não conheço pessoalmente), são também muito interessantes por ficar a conhecer as reacções das pessoas ao verem-se recriadas por mim. 
No que diz respeito ao processo criativo, este passa por algumas etapas até ao produto final. Em primeiro lugar existe a necessidade de perceber se existe um tema central para ilustração (por exemplo se é para oferecer no natal, aniversário, casamento, baptizado, uma frase que identifique a pessoa, ou outro…), seguidamente peço algumas fotografias do(s) elemento(s) a ilustrar e a partir daí, passo para a fase de esboços. Assim que considero que consegui captar as expressões (e assim que tenho o feedback positivo do cliente), dou início a arte final (o preenchimento com tinta-da-china e cor). Finalizado o trabalho este é cuidadosamente embrulhado e enviado por correio.

 

Que tipo de trabalho gostavas de fazer que ainda não tenhas feito?
Adorava ilustrar um álbum narrativo, pois foi o “género” que estudei durante a realização da minha dissertação de mestrado e pelo qual tenho mais interesse actualmente. 


Normalmente que materiais utilizas no teu trabalho?
A tinta-da-china (canetas ou aplicação a pincel) e aguarelas são uma constante no meu trabalho. Gosto também de explorar o desenho digital, introduzindo texturas e cor nos desenhos previamente digitalizados.


Em que/ quem te inspiras na execução do teu trabalho?
O meu trabalho é inspirado pelos mais variados temas: como as mulheres e o universo feminino – onde exploro a fisionomia e vestes das suas personagens ou então brinco com os seus temas e manias mais comuns; desenvolvo também ilustrações relacionadas com a natureza e dos objectos do quotidiano (conferindo-lhes a estes últimos características e personalidades humanas), gosto de criar padrões com alguns destes e por fim, tenho vindo a elaborar retratos por encomenda, como já foi referido anteriormente, que permitem produzir imagens quase caricaturais e humorísticas das pessoas representadas.


Com que hobbies ocupas o teu tempo?
Gosto de ler, de fotografia (analógica ou digital), e claro, desenhar!

Que livro andaria sempre contigo?
É difícil escolher apenas um, mas confesso que o livro que me acompanha muitas vezes é o Orgulho & Preconceito de Jane Austen. As personagens são encantadoras e aprecio a crítica subtil que é feita à sociedade da época. Já o li imensas vezes e adquiri recentemente uma edição inglesa magnificamente ilustrada por Alice Pattullo, que para mim é um objecto de luxo.

Que filme verias vezes sem conta?
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain continua a ser um dos meus filmes que mais gosto de revisitar: pela forma como as diferentes histórias se completam, a banda sonora da autoria de Yann Tiersen e claro pela engenhosa Amélie. Quem não gostava de ser a Amélie?

Numa palavra como definirias o trabalho de um ilustrador?
Desafiador! 

Para que não vos escape nada do trabalho da Joana, podem acompanhá-lo na sua página de facebook e no instagram. Se quiserem adquirir algo com estas ou outras bonitas ilustrações conheçam a oferta no seu perfil da Society6.


Imagens retiradas da página de facebook da artista. A primeira imagem foi disponibilizada pela Joana especialmente para este post.

Time-Lapse #1


Time-lapse é um espaço aqui no blog onde são apresentadas sugestões de eventos culturais. Desde exposições, mercados, conferências, concertos, peças de teatro e outros espectáculos ligados à arte e cultura em Portugal, vão poder encontrar um pouco de tudo, organizado semanalmente.


Uma noite na lua de João Falcão com Gregório Duvivier
2 junho - Sintra CC Olga Cadaval
3 junho - Oliveira de Azemeis Cine Teatro Caracas
4 junho - Coimbra TAGV
5 junho - Castelo Branco Cine Teatro Avenida

SINOPSE - Um escritor, sem um único título publicado, luta para terminar uma peça sobre um homem solitário. A personagem processa as suas ideias em cima de um palco e vive atormentado pela recordação de Berenice, a sua ex-mulher.

Vi esta peça o ano passado, no CAE na Figueira da Foz, e posso dizer-vos que é um incrível espectáculo tanto a nível de prestação do próprio actor como da sua produção. O trabalho de luzes está muito bem concretizado.


On the OTHER SIDE por Helena Perez Garcia
De 28 a 16 junho é possível visitar a primeira exposição da ilustradora e designer em Portugal.


4º aniversário Feira das Almas
De 3 de junho a 5 de junho podem fazer uma visita à Feira das Almas, que comemora o seu 4º aniversário de uma forma muito especial. Para quem ainda não conhece o conceito desta feira alternativa, é realizada no primeiro fim-de-semana de cada mês, em Lisboa. Lá podem encontrar mais de 100 bancas de várias temáticas e artistas. Desde trabalhos de designers, artigos vintage, usados ou em segunda mão. Também tem uma vertente de apresentação de projectos e ideias em fase experimental.

Se têm sugestões para a semana seguinte podem deixá-las nos comentários. Serão muito bem-vindas!

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Podem consultar a origem das imagens e saber mais sobre cada evento ao clicar em cada uma, respectivamente.


Giveaway - Purple Pineapple


Tem sido hábito cá no blog os giveaways terem como prémio notebooks ou blocos de notas. Mas há uma razão muito simples para isso acontecer, Portugal está cheio de bons e criativos projectos ligados à produção e ao design destes.

A Purple Pineapple já esteve no talks e lá foi possível conhecer um pouco melhor a marca e as meninas que estão por detrás dela, a Joana e a Natacha. Depois dessa conversa muitas novidades surgiram e outras ainda estão a decorrer como, por exemplo, a votação para que algumas das suas ilustrações façam parte da excelente oferta da Ohh Deer.


Para que conheçam bem de perto os produtos da marca, em parceria com a Purple Pineapple, o It's ok irá sortear este conjunto de dois cadernos. Com o miolo em papel reciclado, capa impressa em Munken Pure 256g e encadernação manual realizada pela Purple Pineapple no próprio estúdio, estes cadernos têm feito muito sucesso e reflectem bem a qualidade dos materiais produzidos.


Para participar têm de:
- Seguir no facebook o It's ok e a Purple Pineapple.
- Partilhar este post do blog no facebook (em modo público).

Para obterem entradas extra podem:
- Seguir o It's ok no Bloglovin'
- Seguir o It's ok através do GFC (botão na barra lateral)
- Seguir a Purple Pineapple no Instagram

Por fim, e para validar todos os passos realizados anteriormente, preencher o seguinte formulário:

Purple Pineapple - Dois cadernos

Moodboard #2


Street art

Hoje falo-vos de Street Art. Quem diria há uns anos que uns "rabiscos" na parede poderiam dar lugar a obras de arte? Acho que aos poucos a mentalidade das pessoas tem mudado e percebido que nem tudo são “assinaturas de gangs”. Seja no chão, numa parede ou até num telhado, tudo pode ser uma tela perfeita para estes artistas que preferem ter as suas obras expostas ao mundo em vez de fechadas numa galeria. Não fosse eu um amante do conceito, aqui ficam 3 artistas que apostam muito nessa parte:

 

É conhecido pelas suas obras com pessoas com a cabeça a ser sugada por um portal cheio de cor. Um conceito que gosto muito e que me transmite a vontade de conhecer o desconhecido, pensar de maneira diferente ou simplesmente fugir dos problemas. Desde pequenos muros a grandes murais, este artista francês já pintou em várias cidades do mundo. Sendo o muro israelita na Palestina o local mais surpreendente, onde ele pintou uma menina com uma chave na mão, conceito forte na minha opinião.

Este é um artista que impressiona nos mais pequenos recantos da pintura. Com um gosto particular em substituir as cabeças humanas por objectos ou plantas, talvez pelo motivo de querer tornar a coisa menos identificável e mais misteriosa. Mas se na parede os detalhes já são muitos, no papel é onde ele mais impressiona. Aconselho vivamente a irem a aba Paintings do seu site e se deixarem deslumbrar por cada pequeno pormenor.


 

Este é um artista que usa latas de spray e pincéis. Apresenta pinturas de temas pesados com o objecto de sensibilizar as pessoas através de problemas da atualidade, seja com poluição, política ou problemas de mente. Se já passaram pela Av. Fontes Pereira de Melo em Lisboa já devem ter reparado no enorme moral que ele fez com uma critica ao facto de cada vez mais estarmos a esgotar os recursos fósseis do nosso planeta.

João Bacalhau

Da Geometria à joalharia, Ana Pina


O mundo da joalharia é muito diversificado, no entanto apenas algumas marcas se fazem notar neste vasto mercado. Uma dessas marcas é, sem dúvida, a da Ana Pina. Com inspirações geométricas que se fizeram transportar da sua vocação como arquitecta, Ana alia as técnicas tradicionais ao design contemporâneo criando peças únicas com acabamentos cuidados e materiais rigorosamente selecionados.

Como e quando fizeste a transição do mundo da arquitectura para o da joalharia?
Em 2011 trabalhava há 5 anos num gabinete de arquitectura onde sentia a minha criatividade adormecida. A joalharia surgiu primeiro como um escape, depois como motivo crescente de curiosidade, até se revelar uma decisão consciente de mudar o rumo da minha vida profissional.
Para uma pessoa racional que gosta de ter as coisas sob controlo não foi uma decisão fácil – ao tomá-la mudei, não só de actividade, mas de estilo de vida. Tive que convencer-me de que não estava a deitar fora tantos anos de formação e trabalho em arquitectura, mas sim a usar tudo o que aprendera como uma mais-valia para seguir numa nova direcção.


Sentes que de alguma forma uma área serve de inspiração para a outra? E que outras inspirações acompanham o teu trabalho?
Completamente. A formação em arquitectura foi muito exigente e completa, reflecte-se na minha forma de abordar um problema ou de observar o que me rodeia. Acho que as duas áreas têm muito em comum e não se trata só de uma inspiração a nivel estético ou formal. Em ambas as artes existe um processo que vai da ideia ao desenho, à sua planificação e materialização. Os pontos em comum passam pela criação de um conceito e processo projectual, pelas noções de técnica, proporção, ergonomia e estrutura ou a escolha dos materiais. A maior diferença para mim é que na joalharia posso controlar todo o processo criativo e ver a peça nascer muito mais rapidamente a partir das minhas próprias mãos.
Inspira-me sobretudo o mundo abstracto, relações geométricas, traços que traduzem movimentos, efeitos gerados pela repetição, assimetria, mudanças de escala.


O processo completo de criação de uma peça ou colecção deve ser longo. Quais são os principais passos "obrigatórios" que segues desde a ideia até ao produto final?
Geralmente a ideia começa por traduzir-se num desenho – são desenhos esquemáticos e inconsequentes, raramente representativos. Depois começam a ganhar medidas e proporções, mas muitas vezes é na própria banca, enquanto testo as primeiras peças, que as soluções surgem.
Não costumo pensar em termos de peças isoladas, mas de colecções – do elemento mais simples surgem variantes mais complexas que vão dando sentido ao todo, como se fossem letras que compõem palavras inseridas num texto maior.


O Tincal lab é uma plataforma virtual e atelier de joalharia, fundado por ti. Sentes que a criação desse espaço trouxe mais valias a nível evolutivo para a tua marca?
Depois de cerca de quatro anos a trabalhar em casa comecei a sentir necessidade de crescer para um novo espaço, criar novos ritmos de trabalho, estabelecer parcerias, trocar ideias. O Tincal lab surgiu na continuidade da evolução da marca, não só pela necessidade de criar um espaço de trabalho próprio, mas também da vontade de promover o trabalho de outros autores e a joalharia contemporânea no geral.


O que é possível realizar por outras pessoas nesse espaço? O que é que ele oferece aos visitantes?
O Tincal lab é um espaço de trabalho visitável, onde é possível ver algumas das minhas peças e de outros autores ao vivo. Pode ser visitado durante a semana e também uma vez por mês ao Sábado durante o Open Day – um evento que dá a conhecer o trabalho de um joalheiro convidado, que fica disponível no atelier durante o mês seguinte.
O atelier tem disponíveis bancas para arrendamento por outros colegas joalheiros que procurem um espaço de trabalho equipado, que lhes ofereça as condições e o convívio que não podem ter trabalhando sozinhos em casa.
Pontualmente realizam-se workshops, que mais do que ensinar uma técnica reflectem a abordagem particular do autor que os promove – como é o caso da Modelação em Cera, com a Susana Teixeira, decorrido no final de Abril, e o de Fold Forming, com Gustavo Paradiso, um joalheiro argentino actualmente em Espanha, que estará no Tincal lab a 4 de Junho.
Procuro promover um ambiente descontraído, inspirador e de entre-ajuda.


Existe alguma coisa que tenhas muita vontade de fazer na área da joalharia contemporânea que ainda não tenhas feito?
Adorava experimentar novos materiais, combinados ou não com a prata com que habitualmente trabalho – a cerâmica, por exemplo, o que poderá acabar por levar a colaborações com outros artistas. Existem algumas técnicas na área da joalharia que também gostava de explorar mais, como é o caso da modelação em cera.

Quais são os teus planos para o futuro para a marca? 
Continuar a crescer, desenhar novas colecções, aceitar novos desafios, encontrar novos pontos de venda em Portugal e no estrangeiro.


Com que hobbies ocupas o teu tempo?
Gosto muito de ler e ouvir música, ver um bom filme, experimentar novas receitas, passear pela minha cidade (e por outras) na companhia da câmara fotográfica, planear a próxima viagem.

Que livro andaria sempre contigo?
Poesia Completa, de Miguel Torga. Sinto que podia todos os dias abrir o livro numa página e descobrir uma coisa nova, mesmo nos poemas favoritos que já reli dezenas de vezes, sempre com a mesma sensação de maravilhosa descoberta.

Que filme verias vezes sem conta?
O Paciente Inglês. Não me considero uma pessoa romântica, as histórias de amor com final cor-de-rosa dizem-me muito pouco, mas a intensidade dramática de um amor tão impossível como inevitável faz-me acreditar que o amor pode viver para sempre. “For the heart is an organ of fire.”

Numa palavra como definirias o trabalho de um designer de joalharia?
Desafiante.

Podem ver estas e outras peças feitas pela Ana no seu site e nas redes sociais como facebook, instagram e pinterest e ainda acompanhar os eventos e novidades da Tincal lab no facebook.


Imagens retiradas do Flickr.

Sled, o suporte para portáteis português


A ideia surgiu de uma necessidade que Natanael Gama encontrou no seu espaço de trabalho. “Há uns anos eu estava à procura de um suporte para computadores portáteis para trabalhar num dual-screen setup, onde tenho o meu portátil aberto juntamente com um monitor externo. Como a discrepância de alturas é muito grande tinha a necessidade de elevar o meu computador portátil. Já existiam, na altura, algumas soluções no mercado para esse problema, porém, nenhuma me satisfez. Ou eram deselegantes, ou muito complexas ou até mesmo disfuncionais. ”. 

Do desenho à escultura, Ricardo Ladeira Carvalho

Com inspirações na natureza comportamental humana, desde cedo ligou-se a este mundo de representar as suas próprias histórias e personagens. Mas foi através da ilustração e da escultura que tudo o que lhe passeava pela mente teve uma forma de ser expressado e apresentado ao público. Hoje aqui no blog, conheçam um pouco do talentoso percurso do Ricardo Ladeira Carvalho.

Como surgiu o teu interesse pelo mundo das artes?
Cedo. Sempre adorei brincar ao faz de conta, inventava histórias e personagens em qualquer lado onde estivesse e levava isso muito a sério. Havia aventuras que podiam levar dias e dias e mantinha a personagem sempre que possível. Apesar de não haver cenários ou um guarda-roupa indicado, na minha cabeça existiam e era tudo muito complexo e detalhado. Tive então a necessidade de passar tudo isso para o papel, porque para mim de alguma forma essas imagens tinham de existir fora da minha cabeça. Assim sendo, este foi o meio que encontrei para lhes dar vida e para que não fossem esquecidas. Começou o gosto de registar o que imaginava.



Quando começaste a fazer trabalhos de escultura? Quais são as tuas inspirações nessa área?
Quando era miúdo adorava mexer e moldar plasticina e tudo o que era trabalhos manuais para mim era um mimo, mas nunca levei isso muito a sério. O gosto estava aqui dentro mas foi apenas no secundário que se revelou como algo mais importante. Sempre fomos muito estimulados na disciplina de desenho, a experimentar diferentes materiais e técnicas, onde havia muita liberdade. A primeira peça foi um Super-Santo-António em pasta de papel. Mas o click surge no 12º ano, aquando do projecto final de Multimédia. Nessa altura andava viciado em filmes de animação stop motion, especialmente os do Tim Burton e juntamente com o meu colega Diogo Monteiro decidimos fazer uma curta-metragem inspirada nos filmes dele. Foi nesse momento, de desenhar e construir personagens que me apaixonei pelo processo de ver algo a sair de um desenho e a ganhar vida, é simplesmente mágico. A partir deste momento comecei cada vez mais a criar peças tridimensionais e espero não parar. Hoje em dia as minhas inspirações continuam muito ligadas ao cinema de animação, principalmente ao realizador português José Miguel Ribeiro.



Habitualmente que ferramentas dominam o teu espaço de trabalho?
No meu mini-atelier existe um pouco de tudo, imensos materiais e muita tralha. Muita tralha, porque a qualquer momento tudo pode dar jeito. Mas sempre por perto, estão os meus cadernos, lápis de cor e de grafite, pincéis e materiais de escultura assim como uma embalagem de massa de modelar. Para além disto existe outra ferramenta que está muitas vezes presente, a música.



As tuas esculturas são um espelho fiel das tuas ilustrações em papel. Sentes que as duas de alguma forma se complementam?
Sinto que sim, seguem a mesma linha e a escultura tem muito das ilustrações pois surge a partir daí, de um rabisco ou de uma ilustração que nem tinha por objectivo o formato tridimensional mas que de alguma forma me chamou a atenção para recriar em escultura. Seja como for, nasce primeiro no papel. Como criativo é um bom exercício comparar um desenho e a sua versão tridimensional, por serem duas formas de expressão diferentes e pela tentativa de manter sempre um traço idêntico.



O nu é uma presença habitual nos teus trabalhos. Existe alguma razão conceptual para que isso aconteça?
Sim, existe. Agrada-me representar um ser como ele verdadeiramente é e nós somos assim; as roupas são uma invenção, não são algo natural e nós humanos somos. O humano é um ser extraordinário, as suas atitudes, pensamentos e emoções são talvez a minha maior fonte de inspiração. Gosto de recriar esses momentos e situações de uma forma metafórica, principalmente quando abordo um tema mais delicado, tento mostrar as pessoas como elas são, sem camadas ou preconceitos. Contudo não é algo que tem de acontecer sempre, depende do tema e da forma como imagino o desenho, às vezes as roupas estão a mais, outras vezes não.



Tens e utilizas frequentemente um diário gráfico? Se sim o que podemos encontrar nele? Enquanto criativo consideras que é importante ter esse suporte pessoal?
Ando sempre de mochila e nela estão sempre 3 cadernos de desenho, um estojo e uma capa com desenhos soltos. Sempre. Diários gráficos são essenciais, obrigatórios. Em qualquer lado podem ser grandes companheiros, seja no café ou numa sala de espera. Quando se tem uma ideia não há nada melhor do que despejar logo no caderno, quanto mais fresca melhor. Isto não acontece todos os dias, mas acontece. Ando com os cadernos por este motivo e simplesmente para passar tempo, esboçar qualquer coisa, faz-me logo sentir melhor. Em relação ao que se pode encontrar, bem acho que um bocadinho de tudo: esboços, ideias, testes, riscos, mais riscos e muitas personagens a ganhar vida pela primeira vez.


Qual foi o trabalho que, até agora, te deixou mais contente com o resultado?
Nunca estou satisfeito, virtude ou defeito não sei, deve andar no meio-termo. É norma eu achar que o último é sempre o que me deixa mais contente, porque é nesse que estou concentrado e entretanto vou-me desligando lentamente dos outros. Apesar deste “desligar”, tenho sempre uma grande relação emocional com tudo o que crio. Se tiver de escolher uma peça, talvez a “Vítima”, o resultado deixou-me muito feliz, porque ficou exactamente como tinha imaginado e quase que nem fiz esboços para escultura, foi um processo muito natural, quase como uma simbiose entre homem e matéria. É muito raro conseguir que o produto final fique mesmo como se imagina, pode ficar muito parecido, mas igual é difícil e esta peça excedeu as minhas expectativas.


Com que hobbies ocupas o teu tempo?
Tenho dificuldade em chamar trabalho ao que faço, por gostar tanto, por isso é um género de mistura entre os dois. De resto, adoro ir ao cinema, chego a ir mais do que uma vez ver o mesmo filme. Vejo algumas séries e leio bastante banda desenhada de autor. Outra grande paixão é jogar futebol, muito mais jogar do que propriamente ver. Um hobbie mais recente é um género de colecção de action figures de personagens da cultura pop (Bd’s, cartoons, cinema, etc). Sou louco por bonecos, louco.

Que livro andaria sempre contigo?
Isto é muito complicado de escolher mas talvez “O Carteiro de Pablo Neruda” de Antonio Skármeta. Sou muito esquisito e exigente com livros, já li este várias vezes desde o secundário e mexe sempre comigo. Esta história é tão simples mas tão cheia, com um humor suave e requintado. A cena de amor do carteiro e de Beatrice é das melhores coisas que jamais foram escritas, até dá uns arrepios na espinha, tão bom. Este livro que homenageia a palavra e a metáfora, preenche-me. Dá me vontade de deixar tudo e ir exercer a profissão de carteiro para a pequena Isla Negra.

Que filme verias vezes sem conta?
“Cinema Paraíso” de Giuseppe Tornatore. Primeiro, é o filme mais bonito de sempre, ponto. Segundo, este filme é sobre cinema e retrata-o de uma forma única, pelos olhos de uma amizade invulgar e ao mesmo tempo deliciosa. Terceiro, a banda sonora é qualquer coisa, se a nossa vida tivesse uma banda sonora, eu queria aquela para mim. Como diz o actor Salvatore Cascio: “Cinema Paradiso is about the power of dreams”. Eu já o vi tantas vezes, comove-me sempre e aquela cena final deixa sempre um friozinho na barriga. Se me perguntares o que é cinema, eu digo-te, vê o “Cinema Paraiso” e depois falamos.
 “Alfredo, Alfredo é belíssimo”

Numa palavra como definirias o trabalho de um artista plástico e ilustrador?
Fundamental.

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Todas as imagens foram gentilmente selecionadas e cedidas pelo artista. Créditos da primeira imagem: Salomé Reis © Cultur'Arte Mag.