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oh! Não, a Mafalda faz blocos com provérbios!

Preservar o que a cultura portuguesa tem de melhor podia ser a definição para este projecto. A Oh! Não já conta com 13 modelos exclusivos de blocos de notas, totalmente feitos à mão, com a dedicação da Mafalda e uma pitada de sabedoria popular.

A expressão “OH! NÃO” é por vezes sinónimo de estarmos perante sarilhos ou azares, mas este não é o caso. O que representa a OH! NÃO para ti e como é que surgiu este nome?
Esta pergunta é a pergunta (risos). Pensar o que a Oh! Não significa para mim põe-me automaticamente com um brilho nos olhos, porque eu nunca pensei que o feedback da Oh! Não fosse tão positivo e sinceramente isto deixa-me sem palavras. Eu acho que tenho um coração demasiado pequeno (risos) porque muito sinceramente nunca imaginei isto tudo. 
A ideia/conceito da Oh! Não surgiu quando eu fui para o meu último ano do curso (Setembro de 2014) e lembro-me que eu só sabia que queria criar alguma coisa, ainda não tinha bem definido era o quê. 
E isto passou por três fases, primeiro pensei no objecto que queria trabalhar e lembrei-me que gostava de personalizar blocos de notas que não fossem apenas mais uns, isto porque quando andava na faculdade recordo-me que antes de começar as aulas eu perdia algum tempo nas superfícies comerciais à procura de um bloco ou de um caderno que fosse prático e que fosse diferente. Bem, e isto não era nada fácil (risos).
Numa segunda fase comecei a questionar-me de que forma poderia personalizar estes blocos, e aqui surge um lado mais pessoal e familiar, porque eu passei muito tempo da minha infância em casa dos meus avós, e a minha avó utiliza muito os provérbios e as expressões populares no dia-a-dia e sempre achei isso muito interessante. 
Se analisarmos são expressões que permanecem imutáveis, isto é, que nos dias de hoje muitas delas ainda fazem imenso sentido. E foi isso que me fez querer “pegar” na nossa cultura e de algum modo “defende-la” e divulga-la. Um bloco de notas é sempre um acessório útil e asseguramo-nos que andamos sempre com a melhor das sabedorias connosco, aquela transmitida desde os nossos antepassados. 
Eu sou muito patriota e defendo que devemos valorizar o que é português e acima de tudo temos que ter orgulho no que é nosso, na nossa cultura. 
Relativamente à escolha do nome eu queria que este tivesse um cariz cómico e na altura fiz uma lista de vários nomes, mas nenhum me agradava, então comecei a pensar que ia utilizar as redes sociais para divulgar a marca e vender os primeiros blocos e o que não falta no facebook são páginas e páginas de tudo e mais alguma coisa, portanto OH! NÃO mais uma a tentar a sua sorte (risos).


O teu percurso académico influenciou a tua chegada à criação da marca? Como?
Sim e não. Influenciou nos conhecimentos que obtive no curso. 
Questões técnicas como o tipo de letra, formatos, impressões, tipo de papel, a própria composição, são tudo questões relacionadas com design e nesse sentido, sim influenciou.
Agora, não posso dizer que o meu curso me impulsionou a criar a minha própria marca, embora a ideia tenha surgido no início do meu último ano, ficou tudo em stand-by porque optei por me dedicar àquele que era o meu último ano do curso. E aliás, havia muitas coisas que não me agradavam nada quando surgiram os primeiros blocos. O trabalho era todo a preto e branco e eu sentia que faltava qualquer coisa, e não estando satisfeita com isso, optei por deixar o projecto. Quando terminei o curso, eu nem pensava voltar a trabalhar nisto porque tinha que ser tudo refeito e pensado a nível estético. Eu tinha o conceito, mas o objecto final teria que ser todo reformulado. 
Não ia voltar a trabalhar neste projecto porque eu queria ir para Barcelona, e consegui arranjar um estágio lá para começar em Outubro do ano passado, isto é tudo muito bonito … ahaha só que não é bem assim. Surgiram alguns inconvenientes e optei por ficar cá. E ainda bem que fiquei, porque em Outubro peguei nesta pequena ideia que tinha e refiz tudo! Por isso é que eu digo que a Oh! Não tal como ela é actualmente nasce na altura em que reestruturei tudo e me dediquei a 100% à mesma (há seis meses). 


A tua marca é um elogio e ao mesmo tempo uma divulgação da cultura portuguesa. Porque é que escolheste os provérbios e os ensinamentos populares para esse propósito?
Creio que já respondi anteriormente, mas nunca é de mais defender os nossos ideais e aquilo em que acreditamos. Eu sou muito patriota e acho que devemos valorizar o que é português e acima de tudo temos que ter orgulho no que é nosso, na nossa cultura. 
Nós temos muitas coisas boas cá em Portugal e as vezes nem temos muito bem noção disso e é isso que devemos defender!
Eu, de certa forma, quero divulgar a cultura portuguesa e utilizo expressões e provérbios populares, porque de algum modo tenho receio que, de geração em geração, algo que é nosso se perca e que fique pelo caminho. Eu noto que por muito que os anos passem há expressões que vão fazer sempre sentido, como: “quem corre por gosto não cansa”, eu posso te dizer que ainda não me cansei porque faço tudo com muita entrega, muito amor, muita dedicação e eu posso correr, correr e correr, mas não me vou cansar daquilo que realmente gosto e acredito! E estas expressões e provérbios surgem também para que as pessoas possam reflectir um pouco sobre elas, sobre a mensagem subliminar que elas trazem.
Esta escolha pelos provérbios e ensinamentos populares remontam um bocado à minha infância, ao tempo que eu passava com os meus avós maternos, com os ensinamentos populares que aprendi. E que eu admito que acho imensa piada.
Também sou trineta do Artur Magalhães Basto que era um historiador da cidade do Porto e acho que este amor à pátria já é um factor hereditário, já não há grande volta a dar (risos).


Quais são para ti as maiores dificuldades e as maiores vantagens na produção de produtos 100% feitos à mão?
A primeira grande vantagem é que cada bloco tem 100% da minha atenção, isso não há duvida. 
No sentido de produção gráfica é vantajoso em termos económicos, mas acaba por ser muito laborioso porque tenho que montar um a um e como eu trabalho, por vezes é complicado gerir tudo, ainda por cima sou muito perfeccionista e isso não ajuda muito, porque ainda demora mais tempo no processo de montagem. Mas tudo se faz e ficam todos muito bem. :)


Nos cadernos podemos ver uma conjugação de uma frase popular, uma ilustração e um padrão. Como fazes a conjugação de todos os elementos?
Isto é tudo um bocado genuíno. 
Relativamente aos provérbios que já existem o processo passou por: eu tinha conhecimento do provérbio ou expressão que queria trabalhar e de uma forma natural, mentalmente idealizava na minha cabeça a ilustração para o mesmo. E depois esboço tudo no papel, mesmo em termos de composição, faço alguns esquissos antes de passar para o computador. Posteriormente estas ilustrações tem algum trabalho a nível digital.
As ilustrações são todas feitas por mim tenho bastante interesse em, nalguns casos, dar-lhes um certo realismo, como por exemplo no “amor cura tudo” só me veio à cabeça um coração (o órgão). Eu gosto muito de desenhar anatomia e tentar perceber como é que tudo funciona, e faço muita pesquisa nesse sentido.
O padrão encaixa aqui um bocado no sentido estético, para que a cor do padrão ou as cores venham dar algum dinamismo à capa do bloco. A base de todo o meu processo criativo é pesquisa, pesquisa e pesquisa.


Quais os teus projetos para o futuro e o que gostavas de alcançar com a OH!NÃO?
Isso é uma boa pergunta. Posso dizer que em Outubro quando comecei a trabalhar e a criar os blocos, eu pensei assim “Quero que as pessoas consigam olhar para estes blocos e que eu consiga ver um brilho no olhar delas, que elas esbocem um sorriso ao olhar para eles. Quero que os blocos mostrem toda a minha dedicação e acima de tudo todo o meu amor por este projecto”. E lembro-me que logo no início me pediram para ver os modelos que eu tinha disponíveis, (saliento que eu nem conhecia a pessoa em questão (risos)) e nesse mesmo dia, tudo o que idealizei para os primeiros blocos da Oh! Não, eu vi no rosto dessa pessoa e não há palavras para descrever isso. Ver uma pessoa com um sorriso na cara e um brilho no olhar ao contemplar um produto que estava a conhecer pela primeira vez, é gratificante. 
Para o futuro da Oh! Não quero que seja tão bom ou melhor que o presente.


Com que hobbies ocupas o teu tempo?
Actualmente não tenho tido muito tempo livre. Mas gosto muito da Natureza, ADORO praia. Relaxar, ler, ver um filme. Correr, ir ao ginásio. São os melhores anti-stress. Ver o por-do-sol no final de um dia desgastante, é a melhor forma de terminar o dia.  E gosto de pesquisar e informar-me sobre diversos assuntos que me interessam. 

Que livro andaria sempre contigo?
Eu não andaria só com um livro atrás. Gosto muito da obra do Carlos Ruiz Zafon, “Marina”. Parece que por momentos estamos a viver aquela história, naquele tempo. Existe uma grande pormenorização de cada cena que é relatada que nos faz envolver na obra de uma forma única.
Outro livro que andaria sempre comigo, mas no sentido de o dar a ler a outras pessoas. É o livro da Louise L.Hay, “A vida ama-me”, gostei muito deste livro porque basicamente o modo com que eu tento estar na vida, aquilo que eu acredito, eu consegui ver neste livro. Mostra que a vida é essencialmente uma força de amor. Mostra o poder do perdão, que acho que é a maior dificuldade da sociedade actualmente, e às vezes não é um processo fácil, mas é a “chave”. Eu felizmente posso dizer que só guardo coisas boas, porque o resto nem me interessa, já nem me lembro. (risos)
Eu gosto muito de estudar e perceber o potencial do ser humano, porque acredito que todas as ações que tomamos, tudo o que fazemos é justificável. O “porque sim” faz me um bocado confusão. E eu valorizo muito as pequenas coisas da vida.
Podia continuar com a lista de livros mas seguindo esta linha de pensamento, o livro que andou comigo mas neste momento está na minha mesinha de cabeceira é um livro do Charles Darwin, “A expressão das emoções no homem e nos animais”, não o li até ao fim mas gosto de volta e meia folhea-lo e ler algumas páginas. Porque explica as nossas emoções e expressões como por exemplo: “porque é franzimos as sobrancelhas quando estamos zangados?”
Tenho bastante interesse em perceber e estudar o ser humano no seu todo.

Que filme verias vezes sem conta?
Tenho vários filmes que veria várias vezes, seria ingrato anunciar apenas um.
Gosto muito de cinema e talvez se desse uma resposta amanhã já não seria a mesma.

Numa palavra como definirias o trabalho de um designer?
Coragem. Na actualidade em que vivemos acho que precisamos de muita coragem para arriscar, e de muita motivação e força para lutar pelo que queremos e por aquilo em que acreditamos.

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Dia da mãe com a Arquétipo


Quando se aproximam datas como esta a procura pelo presente que leve a um sorriso é muito comum e, para que isso aconteça, normalmente opta-se por uma destas duas soluções: oferecer algo que se sabe, à partida, que a pessoa precisa ou gosta muito ou então pegar na caneta e personalizar o que é oferecido. No fundo procura-se oferecer algo que a pessoa não se esqueça facilmente e optar pelas palavras pode ser muito boa ideia.


Na semana anterior chegou às minhas mãos uma das boas soluções que a Arquétipo disponibiliza para ocasiões especiais. 
A Arquétipo tem desenvolvido, para além dos produtos genéricos, alguns que são exclusivamente para datas como o dia dos namorados, o dia do pai ou da mãe. A qualidade e a identidade gráfica que tão bem caracteriza a marca mantêm-se, mas é lhes acrescentado um toque especial que inclui palavras bonitas para complementar a ocasião.



Os produtos sugeridos vão desde os postais (como este das imagens), suportes para fotografias (ou qualquer papel que se pretenda) e ainda álbuns de memórias.
Se ainda estão à procura de um presente e querem que seja mesmo pessoal, personalizado, com design elegante e, ao mesmo tempo, com um cheirinho de cultura portuguesa, não se esqueçam de espreitar a página de facebook da arquétipo.


Ideias Despenteadas da Catarina Gomes

Desde refrescá-las, fixá-las ou até educá-las são várias as formas sugeridas pela Catarina para cuidarmos das nossas ideias e o seu próprio livro ajuda-nos nessa tarefa. Quem o adquire é convidado a utilizar desde os materiais mais comuns até àqueles que nunca se imaginou que serviriam para desenhar ou pintar, mas sobretudo a utilizar o que pode ser mais precioso, a criatividade.
Ideias despenteadas é um livro de actividades para qualquer idade, que promete entreter através de simples, mas interessantes sugestões em que o único limite imposto é o do próprio papel. E não há ninguém melhor para contar todo o processo de criação do que a própria Catarina na entrevista que se segue.

Quando surgiu a vontade de criar livros de atividades? E qual é para ti o principal objetivo de um livro como este?
A vontade de criar um livro de actividades surgiu quando estava no mestrado em ilustração e animação no IPCA. Tive a ideia de fazer um livro de actividades para adultos que fizesse lembrar os livros de actividades para crianças com a particularidade de ser introspectivo e auto biográfico.
O objectivo inicial, quando comecei o Livro de actividades para massajar a imaginação foi criar um livro físico que convidasse o leitor a contar a sua história através do registo do desenho. Numa altura em que há uma crescente utilização de dispositivos visuais para nos relacionarmos com o mundo e onde valorizamos cada vez mais o sentido da visão em detrimento do sentido (íntimo) do tacto, criei um  livro que lembra a importância do desenho manual, individual e único.
Nunca tive o objectivo de criar dois livros de actividades seguidos. O primeiro,( o Livro de actividades para massajar a imaginação), sim, o segundo (as Ideias despenteadas) foi uma forma de tentar capitalizar algo com um conjunto de ilustrações que considerei relevantes.


Qual foi o processo criativo que seguiste para a criação do livro Ideias Despenteadas? E quais foram as tuas inspirações?
Decidi fazer o livro das ideias despenteadas só depois de ter um conjunto de ilustrações coerentes. As ilustrações surgiram por um mero acaso. Foi num daqueles dias, como já não acontece à muito, em que estou a desenhar só por desenhar. Sem objectivo, sem nenhum esboço prévio. Usar o material só por usar, para ver o que é possível fazer com ele. Da vontade de experimentar usar o carvão de outra forma surgiram estas ilustrações.
Depois de criar a ilustração “Não me troques as ideias” e a “Tenho de organizar as ideias”, lembrei-me de fazer outras que seguissem a mesma premissa: “E se os cabelos fossem ideias?”. Daí surgiram outras ilustrações.
Em relação ao que me inspirou, não consigo indicar algo em particular. Acho que basta andar com os olhos e ouvidos atentos para andarmos inspirados.


Como é que este livro se relaciona com o teu blog Ideias despenteadas?
O blog Ideias despenteadas foi o primeiro local/plataforma onde partilhei as ilustrações. Quando percebi que era do agrado do público, decidi criar o livro e a cada ilustração associar uma actividade. Aproveitei o facto das ilustrações serem sobre “ideias”, para inserir ideias de técnicas menos usuais que os leitores pudessem usar.


Quais são as semelhanças deste livro com o Livro de Actividades para Massajar a Imaginação?
São livros de actividades que estimulam a prática de diferentes tipos de desenho. Ambos foram escritos, ilustrados e paginados por mim, são a preto e branco e a maioria dos desenhos foram feitos com carvão sintético. As semelhanças ficam por aqui.
O Livro de actividades para massajar a imaginação convida o leitor a completar o livro com a sua história e com o que o rodeia a partir de pequenas frases e grafismos que dão o mote para cada actividade, relembrando o jovem/adulto a experiência de ler um livro infantil, nomeadamente pelo facto de ter mais imagens do que texto, haver uma maior relação entre texto e imagem e pedir a intervenção do leitor.
As actividades convidam-no por exemplo a registar recordações do seu passado, a registar rotinas e hábitos, a fazer uma análise introspectiva da sua personalidade e a registar gostos e aspirações futuras, com algum humor e ironia à mistura. Em vez de escondermos a nossa unicidade, como nos ensinaram quando éramos crianças, “a ser como os outros”, neste livro incentivo as pessoas a mostrarem porque são únicas e especiais. É um livro que celebra o desenho e a singularidade de cada praticante.
Por outro lado , este livro tem uma componente pedagógica importante, presente na primeira parte do livro onde se dá exemplos de como desenhar, apresentando várias tipologias de desenho, várias técnicas e correntes da história de arte, bem como citações de autores sobre o processo criativo, para que quem não tem formação artística se possa familiarizar com diferentes formas de representação.
O livro Ideias despenteadas reúne ilustrações sobre um mesmo tema e a cada uma associei uma actividade relacionada.Para o ajudar a divulgar e vender, oriento workshops em livrarias e bibliotecas e criei uma loja on-line onde vendo também outros produtos relacionados, nomeadamente ilustrações do livro, postais, lápis e uma almofada para descansar as ideias.


Tens actualmente novos projectos dentro do mesmo registo? Gostavas de continuar a fazer livros de actividades?
 Não! Livros de actividades não fazem parte dos planos. Quero fazer outras coisas.
Neste últimos meses estive a preparar a exposição que inaugurou no dia 16 de abril na Ó! Galeria-Porto (Peripécias de uma ilustradora) onde conto algumas histórias da minha vida em pequenas bandas desenhadas.
Neste momento estou a ilustrar um livro, a fazer uns trabalhos de design gráfico e a orientar workshops. Pretendo também fazer umas melhorias na loja on-line e um upgrade à imagem das ideias despenteadas.
Quando houver tempo espero dedicar-me a outras histórias que já tenho escritas e fazer algo com elas.


Achas que é possível educarmos as nossas ideias? Consideras que ainda existem obstáculos a nível social que impedem que boas ideias sejam alimentadas?
Sem dúvida. Para as duas perguntas.
O "livro de actividades para massajar a imaginação" foi realizado no âmbito do mestrado por isso tive de fazer uma grande pesquisa sobre livros do género. Na altura não existia praticamente nada parecido e achei que poderia ser uma boa ideia.
Passados uns anos percebi duas coisas: por um lado eu tenho uma linguagem gráfica muito própria, e que só atrai uma pequena minoria de pessoas, por outro lado e mais importante é que criei um livro demasiado diferente. Tanto, que nem haviam prateleiras nas livrarias portuguesas para livros deste género (hoje já há).
O que eu considerei ser um factor importante, foi afinal um problema. De facto é um livro um bocado híbrido, pois partilha características com livros de actividades para crianças, álbuns ilustrados, livros educativos para jovens e ainda inclui algumas mensagens linguísticas visuais entendíveis por um publico jovem/adulto. Na minha opinião tem tudo para ser um livro que merece algum destaque, mas entendo melhor, agora, a razão pela qual não teve.
Felizmente existem prémios como o ART BOOKS WANTED organizado pela edition lidu onde ganhei o prémio (2014) de melhor livro interativo e o prémio de “total winner”, que me permitiu publicar o livro em inglês, fazer uma exposição inserida na semana de design de Praga e no ano passado convidaram-me para ir lá novamente apresentar o livro e fazer um workshop para adultos. Aqui, cheguei a fazer apenas dois workshops para adultos, um numa universidade sénior (que adorei!) e outro inserido num evento cultural em São João da Madeira.
Não é fácil (e também não é esse o meu papel) explicar às pessoas a importância que o desenho tem na nossa vida e de como o desenho é uma ferramenta essencial na aprendizagem de outras disciplinas. Não é fácil convence-las de que um workshop não é só para crianças. Não é fácil convence-las de que a prática do desenho não é importante só para crianças. Mas eu vou fazendo a minha parte.
Quando estive em Praga e mesmo aqui, houve várias manifestações de interesse, de pessoas ligadas a áreas como a psicologia, a industria automóvel e algumas instituições de ensino superior, que me abordaram com o intuito de eu ir fazer uma apresentação do livro e workshop pois consideraram que o Livro de actividades para massajar a imaginação funciona como um desbloqueador e que pode ajudar a pensar fora da caixa nas mais diversas áreas.
Pode ser que no futuro haja mais receptividade a este tipo de projectos feitos por autores portugueses. Pelo menos já há prateleiras.

Se ficaram curiosos e também gostavam de levar as vossas ideias para a frente com a ajuda deste livro, podem espreitá-lo na loja online.

O mundo um tanto ou quanto canino da Lota

Entusiasta do mundo canino é o que melhor a define enquanto ilustradora. Os seus desenhos são dominados pelo mundo animal, com seres cheios de expressividade no olhar e movimento no pêlo que reveste o corpo de cada um deles.
Hoje apresento-vos a Lota e um pouco da sua marca, até agora, na área da ilustração.

A colorida Radishpink da Anna Westerlund


No atelier da Anna Westerlund produzem-se peças totalmente artesanais e únicas. Lá as suas mãos são as principais ferramentas para além das essenciais e específicas para cerâmica que permitem que o seu trabalho ganhe a forma que pretende.


Tratam-se de peças que ganham individualidade pelas suas variações, delicadeza, elegância e irregularidades bonitas próprias de peças totalmente trabalhadas à mão.


 

Recentemente a Anna lançou a coleção de primavera/verão deste ano e hoje mostro-vos um pouco do que podem encontrar nela. Fresca é como a própria Anna descreve esta coleção. As peças de verão remetem-nos para os dias de calor e momentos de convívio e lazer. “Quis que fosse mais colorida e que nos fizesse suspirar por férias.” afirma a artista.

 

A introdução de elementos têxteis e pedras é algo que marca muito esta coleção e todas as peças produzidas pela Anna e permite variedade de cores, padrões e texturas exploradas.


A Anna afirma que os novos bules com padrões são peças das quais sente muito orgulho do resultado. Estes introduziram um novo elemento, padrões com decalques cerâmicos, e há uma grande probabilidade de ser mais explorado no futuro.

 

Podem ver o resto da coleção no site do atelier. Todas as imagens foram selecionadas a partir do site da artista.

As histórias ilustradas da Joana Estrela

O mundo desenhado pela Joana Estrela contém narrativas em cada traço. Tanto nas ilustrações de um só desenho como nos seus quadradinhos de banda desenhada podemos ver expressividade e personagens cheias de vida, algumas delas influenciadas pelas suas próprias experiências pessoais e profissionais durante a sua elaboração.

Quando começaste a desenhar e quando é que percebeste que a ilustração era algo que gostavas de seguir a nível profissional?
Eu sempre desenhei e escrevi muito, desde que me lembro. Quando era mais nova tinha imensos projetos para livros, desenhava retratos, fazia poemas, tinha um blog... Mesmo que não viesse a fazer nada disso profissionalmente, ia ser sempre uma parte das coisas que faço para me divertir.
Não sei em que ponto é que decidi conscientemente que queria ser ilustradora profissional. Acho que foi um bocado como tornar-me uma pessoa adulta: Pareceu-me mais ou menos inevitável e não foi tanto uma mudança de um dia para o outro mas mais uma coleção de pequenos avanços.


Dos materiais riscadores aos suportes, quais são os que utilizas no teu trabalho?
Nada muito especial. Uso lápis de grafite ou minas. E um papel branco que compro avulso na papelaria, não sei como é que se chama. Também uso uma mesa de luz e um computador!


Propaganda, Vestidos do Tiago e Hoje Não Janto Rissóis são alguns dos livros que criaste e ilustraste. O que têm em comum e qual a história de cada um deles?

O Hoje Não Janto Rissóis foi um trabalho da faculdade, muito parvinho, cheio de piadas sobre os meus amigos. Foi dos trabalhos mais divertidos que já fiz lembro-me de o estar a desenhar e rir imenso sozinha. Foi feito em guache, e na semana antes da entrega deixei cair um copo de água em cima dos trabalhos finais. Há pouca coisas mais deprimentes que teres 20 anos e acordares os teus pais, às 4 da manhã, a chorar coberta de água de pincéis.

O Vestidos do Tiago foi feito para participar num concurso para livros infantis sobre temas LGBT. Na altura resolvi escrever sobre género, e fiz um livro muito simples que é só sobre um rapaz que gosta de usar vestidos e ninguém se incomoda muito com isso.

O Propaganda foi uma espécie de diário gráfico de um ano que estive na Lituânia a fazer voluntariado numa associação LGBT. Foi o único destes três que foi publicado por outras pessoas: o Luís e a Ana da Plana. 




Por vezes realizas trabalhos em que és simultaneamente designer e ilustradora. Consideras que responder a esse tipo de pedidos de clientes é mais ou menos limitador a nível criativo?
A maior parte destas coisas são feitas para mim ou para amigos, por isso não se põe muito a questão de liberdade criativa, por norma tenho até demasiada. Mas em relação a fazer design e ilustração ao mesmo tempo, a maior parte das vezes eu não penso nos dois como separados. Muitas vezes tenho de decidir sobre a impressão, o tipo de letra, formato, a composição... no fundo isso são tudo decisões de design.



Se tivesses de estabelecer uma parceria com outros ilustradores, com quais gostavas de trabalhar?
ahahah Boa pergunta! Acho que depende que tipo de parceria é. Já fiz algumas coisas com outros ilustradores, de uma forma ou de outra. Mais recentemente tenho organizado encontros de Drink&Draw com o Nicolau, e ando a escrever um guião para uma curta de animação que a Marta Monteiro vai desenhar. Mas nunca fiz um trabalho de ilustração colaborativo. Não é que não haja imensa gente simpática e talentosa nesta área, porque há, mas eu tenho mesmo pouca prática a trabalhar em equipa. Tinha de ser alguém com a mesma ética de trabalho que a minha, a quem posso dizer tudo o que penso, e de quem respeito muito a opinião. E pessoas assim são raras.

Consideras as redes sociais e os media uma ferramenta importante para os ilustradores obterem encomendas ou serem contactados para novos projetos?
Sim e não! É uma maneira boa de dares a conhecer o teu trabalho e de te juntares a uma rede de pessoas que gostam do mesmo que tu.
Mas na minha experiência as melhores oportunidades, e as melhores pessoas, surgiram porque fui falar a sítios, visitei exposições, enviei trabalhos por correio e me sentei em festivais a vender livros. Às vezes tenho medo de ficar demasiado distraída e satisfeita com likes e followers e me esquecer da importância dessa outra parte. 


 

Com que hobbies ocupas o teu tempo?
Danço lindyhop! 
Ocasionalmente arranjo alguma coisa com que fico obcecada e todo o meu tempo livre vai para isso. Houve uma altura que foi aprender truques com um hula hoop, houve outra em que foi ler tudo da Jane Austen, depois veio o tricot… Ultimamente o "hobby" têm sido as eleições americanas. Ouço podcasts, vejo os debates, acompanho as estatísticas, as estratégias das campanhas… acho que deve ser isto que as pessoas que gostam de futebol sentem!

Que livro andaria sempre contigo?
The Chairs Are Where The People Go, de Misha Glouberman e Sheila Heti.
Porque é um livro sobre tudo. Desde deixar de fumar, a dicas para sermos melhores a charadas. É escrito como se fosse falado e cheio de frases que quero sublinhar e reler.

Que filme verias vezes sem conta?
Nenhum que não me sinta embaraçada em admitir.

Numa palavra como definirias o trabalho de um ilustrador?
Vou escolher um emoticon em vez de uma palavra: ✏


Podem acompanhar todas as novidades do trabalho da Joana através do facebook, instagram e website.


Todas as imagens deste post foram cedidas e seleccionadas pela Joana.

Candeeiros de secretária


Para muitos uma mesa de trabalho requer uma boa fonte de luz e cada vez mais, para além da funcionalidade, se valoriza o design e a estética do que temos mesmo ali ao nosso lado a iluminar-nos as ideias.

Os candeeiros podem tornar-se mais do que uma simples ferramenta essencial de trabalho. Podem ser também um elemento de inspiração e de decoração do espaço onde se passam muitas horas do dia e, por isso, devem ser escolhidos com alguma atenção.

Estas são algumas sugestões que podem preencher os critérios de escolha referidos anteriormente. Podem obter mais informações sobre cada candeeiro clicando no nome.





As fontes das imagens encontram-se nas respectivas legendas.


No instagram por mãos portuguesas


Existem aquelas contas de instagram inspiradoras que seguimos, onde praticamente todas as fotografias denotam criatividade e um click com timing perfeito. Muitas dessas contas têm como cenários outros países, mas depois há aquelas que tem por detrás mãos portuguesas em locais portugueses. Hoje. podem conhecer ou relembrar duas delas.